Nunca fui de elogiar ninguém
Apenas aplaudia pelo social
Nem acreditava em emoções
As cores eram todas iguais
De dia ou de noite, tudo era banal
Na chuva ou no sol
Respirava apenas o norma1
No trabalho, na praia ou na cama
Sempre prevalecia a razão
O livro, a televisão ou o jornal
Somente vivia a lógica e o trivial
Atendi ao telefone
Dois toques normais
Voz feminina
Trocamos algumas palavras
Foi engano
Não era costume
Mas bateu uma curiosidade
Prolonguei o diálogo
As palavras eram num só ritmo
Gostos quase iguais
As credibilidades idênticas
Assuntos gerais
O ar dos pulmões apenas exalava
Vocabulário social
-Que tal um encontro?
Ouvi surpreso
Marcamos na cidade
Pela primeira vez
Fiquei ansioso
No evento
Pessoas comuns
Nada extraordinário
Nem o nu em pêlo
-Até logo!
Voltaremos a nos comunicar
Após aquele encontro
Introspectivo fiquei em dúvida com relação
A um sentimento diferente
Inicei a averiguar minuciosamente
Sondei
Investiguei
Indaguei meu coração
Senti falta
Fiquei saudoso
Apaixonei-me
Alterou a composição cardíaca
A expressão:
ESPERE SEMPRE O INESPERADO
Estava correta, hoje
AMO
|