Mesmo que os anjos
Pudessem me dizer
Sobre a glória dos céus,
De nada me bastaria
O medo de morrer.
Ainda que me calassem
A boca,
E de mim arrancassem
A língua,
De nada me serviria
O pesar da melancolia noturna.
Mas não atente o teu coração
Para as estrelas noturnas,
Pois jaz mortas
Todas elas que
Não amam a ninguém.
Contudo, lhe digo:
Vai!
Pois os sabores e sabedorias
Da terra são passageiras,
Mas a solidão contraditória
De um poeta é
Eterna.
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