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  Texto selecionado
Transição
Remisson Aniceto

Resumo:
Poesia classificada em 2º lugar no Prêmio Cataratas 2006, da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu, e menção honrosa no Prêmio Cidadão de Poesia, de Limeira - SP




É tão fria a cova e tão escuro o horto
onde depositam meu corpo doente!
_ Como a cova é fria se o corpo é morto?
A partir de agora só a alma sente...

Ah! Esta cama rude onde estou deitado
e este quarto escuro e tão bem fechado!
Tento levantar, mas estou tão cansado...
Que rumor é esse ali no quarto ao lado?

Há um jardim bem perto: sinto o odor das flores.
Quero levantar, mas estou tão cansado...
Estou tão cansado mas não sinto dores.
E o rumor aumenta ali no quarto ao lado.

_ Desçam o caixão! _ diz alguém lá fora.
Quem morreu enquanto estive dormindo?
Bem perto da porta ouço alguém que chora,
lamentando a sorte de quem vai partindo.

Quero levantar, faço força tamanha
mas tenho as mãos inertes e o corpo duro.
Agora o padre reza numa língua estranha,
enquanto fico preso neste quarto escuro.

Está caindo terra sobre o telhado.
Parece que o mundo está desabando...
Falta-me o ar neste quarto fechado
e lá fora há uma multidão chorando.

Sinto um tremor leve, um breve arrepio...
Já quase nada mais estou sentindo.
Por que não me tiram deste quarto frio?
Alguém morreu enquanto estive dormindo.

É tão fria a cova e tão escuro o horto
onde depositam meu corpo doente!
_ Como a cova é fria se o corpo é morto?
A partir de agora só a alma sente...


Biografia:
Nasci em Nova Era, pequena e aconchegante cidade do interior de Minas, próxima à Itabira de Drummond. Desde muito cedo tomei gosto pela leitura, incentivado pelo meu pai, que não dispensava nem bula de remédio. Comecei a escrever aos oito anos e pouco depois lia alguns clássicos da literatura brasileira na biblioteca pública (não tinha condições de comprar livros). Sempre imaginei que algum dia atravessaria as montanhas para ver o Drummond - afinal, morávamos bem próximos - mas, como ele já me havia advertido bem antes, "tinha uma pedra no meio do caminho". Alguns anos depois ele viajou e nunca mais reapareceu. Meus textos (poesias, contos, crônicas e resenhas) podem ser lidos em alguns sites, como o Leia Livro, A Garganta da Serpente, Texto Livre, Recanto das Letras, Poetas del Mundo... Há pouco tempo participo de concursos literários e em 2006 consegui o 2º lugar no Prêmio Cataratas, com a poesia "Transição" e uma menção honrosa no Prêmio Cidadão de Poesia, de Limeira, com o mesmo trabalho. Em 2007 tive uma menção honrosa no Prêmio Filogônio Barbosa (Colatina - ES) com o soneto "Classificado". Alguns sites e jornais de pequenas tiragens já estão divulgando o meu trabalho. Descoberto o caminho, agora é prosseguir.
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Publicações de número 1 até 7 de um total de 7.


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