5
As diferenças são as nuances para lá de verdadeiras que nos fazem diferir e sermos felizes, ninguém tem por obrigação ser o que o outro queira.
A rotina de Bruno e Murilo mudam um pouco, o rapaz passa por médicos e faz outros exames, constatando, Bruno esta com o vírus HIV.
- E agora?
- Agora vamos, levante a cabeça á vida não parou por aqui.
- Sério Murilo.
- Você ouviu o que o dr disse, o quanto antes você inicie o tratamento, melhor será para ti.
- Será que vou conseguir?
- Já te disse, seja homem, mudando de assunto, falou com seu contratante, o que resolveram?
- Ele me disse que infelizmente não poderei participar do projeto.
- Imaginei.
- Mais me disse também que há outras produtoras que fazem vídeos com atores em minha condição.
- Portadores de vírus?
- Sim.
- Olhe Bruno, sei que foi pego de surpresa, mais também sei que fizera um bom pé de meia com seus trabalhos.
- Nem tanto, gastei bastante.
- Em quê?
- Jogos on line, comprei artigos caros na net.
- Pois amigo, a realidade mudou, venha, vamos ao seu quarto, faremos um bazar.
- Para quê?
- De inicio para que se desapegue do seu passado, depois vou contigo a facul.
- Fazer o quê?
- Você vai voltar aos estudos.
- Murilo, eu vou morrer.
- Nem hoje, nem amanhã, tampouco este ano.
- Cara, você sabe ser insistente mesmo hein?
- Sou assim e pronto.
- Tudo bem, dessa vez farei o que diz.
- Ouvi isso mesmo?
- Vai. Risos.
- Senhor obrigado meu Deus.
Os dois saem do apartamento, semanas depois, Bruno ja tem iniciado o seu tratamento com os medicamentos, Murilo colocara vários objetos do amigo á venda em um site e conseguira uma boa grana, Bruno deposita tudo em uma conta, também começa a frequentar o curso de administração com foco em comércio exterior.
- Viu amigo, a vida esta te brindando.
- É, mais antes me jogou abaixo do chão.
- Não, você se colocou neste lugar.
- Verdade.
- Sabe Bruno, eu estou solidário contigo, mais cara pare de se vitimizar.
- E o sexo?
- Tem muita gente, linda, saudável com vírus e tem vida sexual.
- O dr também me disse isso, falou que tenho só de tomar algumas cautelas.
- Tá vendo, se não acredita, olhe na internet.
- Vou fazer isso.
- Cara, você só pensa em sacanagem.
- Já que vou morrer quero que seja na cama de preferência e numa boa foda.
- Você não tem jeito mesmo.
Anoitece, Murilo segue com Bruno para a facul, depois de deixa-lo, segue de volta ao estacionamento para sair em um barzinho por ali e beber algo.
Ali no estacionamento ele ouve uma discurssão acalorada próximo dele, dois rapazes quase a entrar no soco, ele sente que tem de fazer algo e segue até eles.
- O que esta havendo aqui?
- Fica na sua tio, aqui é assunto particular, tá entendendo?
- Então pode ser sem gritos e violência.
- O que foi tio, vai me dizer que também tá ai em cima do viadinho?
No chão caído, um rapaz branco, magro, cabelos castanhos.
- Ele te fez algo senhor?
- Pode ir, não, por favor.
Murilo se vira e ouve.
- Tá vendo cadela de rua, nem o velhote ai te quer, nem ele quer esse teu rabo no..............
O homem não consegue terminar, Murilo dá um soco no cara e de mãos dadas com o rapaz agredido correm para o seu carro.
- Onde o senhor vai me levar?
- Para longe daquele monstro.
Os dois entram no carro e sai, de longe ouve os xingamentos do homem agressor.
19102019....................
Três quadras depois Murilo para o carro, o rapaz ainda em pânico lhe pede para sair.
- Tudo bem com você?
- Só quero sair daqui, por favor, preciso sair.
- Tá certo. Murilo destrava as portas e o jovem sai.
- Como é seu nome?
- Muito obrigado pelo que o senhor fez.
- Ainda não sei o seu nome.
- Tchau. O rapaz sai quase correndo com livros e fichário nas mãos, Murilo o observa e vê ele entrar em um carro de aplicativo.
- Com certeza ele vai ficar bem.
Murilo liga o veiculo e sai dali.
Guilherme termina de lavar a louça, Vanessa sai do banheiro, cabelos molhados, liga a tv e assiste um filme.
- Eu preciso falar com você.
- O que foi Gui?
- Preciso de grana, fazer a feira e o açougue.
- Olha ai, tô vendo que decidiu assumir o papel.
- Que papel, olha aqui Va, se estou neste jogo, quebrado boa parte foi culpa sua.
- Vá a merda, culpa minha o cacete, você só faz caca, usa suas drogas e ainda deixa dívida por ai, nas bocas, quem é você para me culpar.
- Tá certo, me desculpe, vai deixar a grana ou não?
Vanessa pega acarteira e lhe dá 200 reais.
- Só isso?
- O que foi Gui, olha, estou começando a duvidar se é mesmo para a feira e açougue.
- Ficou louca, claro que é.
- Bem, vou te confiar dessa vez.
- Obrigado.
- Agora vai, me faz massagens nos pés.
- Faço.
- Isso, mesmo, do jeito que eu gosto, bom menino.
Guilherme faz massagem nos pés de Vanessa que chega a chilar com aquilo.
Bruno abre a porta do apartamento, Murilo ainda em pensamentos sobre ocorrido mais cedo.
- Cara, se não te conhecesse, diria que ficou amarrado ao lek.
- Tá louco, eu hein, o menino é um menino.
- E daí, novinho faz bem, é o que dizem, por que eu prefiro novinhas.
- Sempre assim, sacana. Risos.
- Agora vai me diz como foi a aula?
- Foi ótima, mais sabe estou com fome, vou tomar leite e comer bolacha, depois cama.
- Faz bem, leite ajuda no cerebro.
- Isso eu não sei, mais o meu leitinho aqui ajudou muita vagabunda por ai.
- Vai logo para seu quarto.
- Tô indo tio. Risos.
Murilo segue para o banho, depois só de toalha se joga na cama, ali a lembrança do rapaz, ele sente algo se manifestar em si, uma ereção e ele paorveita para tirar o atraso numa bronha daquelas com direito a grito e pernas trêmulas.
Cláudia já esta deitada quando toca seu celular, ela atende.
- Sim, oi irmã, tudo bem, o que houve, nossa, ele esta bem, claro, sim, pode manda-lo para mim, tá, beijos, tchau mana.
Ela desliga o celular e fica ali a olhar para o teto.
- Mais essa, e agora senhor, mais vai, eu sei que vai dar tudo bem.
Vanessa sai do quarto, Guilherme dorme pesadamente, ela pega seu celular e vai para o banheiro, ali ela vê várias mensagens e ligações perdidas, ela manda texto para o destino, na sala pega as chaves do carro e sai, ao bater a porta, Guilherme acorda procura por ela e nada.
Em uma rua sem muita iluminação, bairro carente, Vanessa e Anderson se abraçam e ele a beija enlouquecidamente.
- Como é que é, vamos fazer aqui mesmo?
- Não, me leve para um lugar mais tranquilo.
- Demorou querida.
- Não me chame assim, sabe que eu não gosto, Anderson.
- O que foi gata, sabe que comigo você tem tudo que precisa.
- O que eu preciso agora é esquecer aquela casa louca.
- Problemas com o seu maridinho fake?
- Cale-se, ele é problema meu, só meu e de mais ninguém, o que eu quero aqui é isso. Ela leva a mão na calça de Anderson abrindo zíper deste, logo se abaixa, fazendo o homem revirar os olhos, o carro sai dali.
Amanhece, Guilherme prepara o café, pão, margarina e as frutas restantes, Vanessa abre a porta da casa.
- Bom dia.
- Bom.
- Saiu cedo.
- Na verdade sai ontem.
- Foi aonde?
- Qual é Gui, não te devo explicações.
- É, acho que sim.
21102019.........................
Murilo chega na agência, deixara Bruno na academia, o rapaz decidiu que vai dedicar algum tempo ao corpo.
- Bom dia Murilo.
- Bom dia Vanessa.
- Aconteceu algo, você tem faltado ou chego tarde?
- Não, nada tão grave assim, obrigado por se preocupar.
- Nada querido, só fiquei aqui, cuidando de tudo, sozinha.
- Sabia, olhe Vanessa eu sei que a Cláudia lhe deu contas, fico feliz sim por isso, mais não vou aceitar que fique a me espinhar.
- Espinhar, eu, jamais querido.
Cláudia abre a porta de sua sala e chama por Murilo.
- Bem, deixe eu ir, já que por aqui não tenho mais nada a dizer.
- Pode ir querido.
Vanessa olha o colega entrar na sala da chefe.
- Puxa saco, filho da puta. Diz para si.
Cláudia aponta o lugar para que ele sente.
- Aconteceu algo Cláudia?
- Não, como sempre seu trabalho é impecável, se quiser desço a Vanessa, afinal ela ainda fica a te alfinetar.
- Não precisa Cláudia, mais e ai, o que houve?
- Problemas, acredite, problemas.
- De que tipo?
- Meu sobrinho.
- Sobrinho?
- Por favor Murilo, ensine a ele algum tipo de serviço aqui na agência.
- Mais Cláudia, ele tem superior em quê?
- Nada, ele esta agora iniciando um curso em jornalismo.
- Jornalismo, mais aqui trabalhamos com propaganda.
- Vai Murilo, por favor.
- Só se ele cuidar das correspondências e cópias.
- Isso, obrigado Murilo.
- Mais onde ele esta?
- Bem já era para ele ter chegado, só faltava essa, onde esta este moleque.
Nisso abre a porta.
- Olha ele, ai, este é o meu sobrinho.
- Você?
- Você?
- A, o tchau.
- Quem é o tchau?
- Você, afinal você não tem nome.
Cláudia entra no assunto.
- Rafael, meu sobrinho se chama Rafael.
- Me desculpa tia, eu acordei tarde.
- Lógico, fica jogando na internet.
- Ele gosta de jogos?
- Pelo jeito, ama.
- Amo sim, eu ganho dinheiro com isso.
- Sério garoto, Rafael de agora em diante aqui na agência, Murilo vai cuidar de ti.
- Murilo?
- Sim, ao contrário de você, Rafael, eu tenho nome e por algumas vezes quis te falar.
- Me desculpe.
Cláudia ali olha para eles.
- Espere ai, de onde mesmo vocês se conhecem?
- Da facul.
- Mais o Murilo não faz curso.
- O Bruno resolveu, graças, retornar os estudos.
- Tudo bem, só auxilie ele.
- Esta bem.
Na copa, eles se olham.
- Então você é o sobrinho da minha chefe?
- Me desculpe, mais uma vez, me desculpe, eu não queria ter fugido daquele jeito e .............
- Tudo bem cara, você já explicou.
- Mesmo?
- Lógico, sim.
- Ufa, achei que você fosse..........
- Te ferrar aqui no trabalho?
- Mais ou menos isso. Risos.
- Nossa você tem um sorriso lindo.
- Você acha?
- Acho.
- Bem, quando eu começo a trabalhar?
- Agora mesmo.
- O que vou fazer?
- Vamos para a minha sala e você verá.
- Já achei legal, sério que é assim?
- Safadinho.
23102019.........................
|