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ATÉ QUANDO DEIXAREMOS QUE OUTROS DECIDAM POR NÓS O QUE REALMENTE QUEREMOS VIVER.
Ali Vanessa, olhando fixo em Gui que fica estático com tanta informação, Andersosn entra no momento deles.
- E ai, me diz agora campeão, quem me dá a grana?
- Vanessa, o que você esta fazendo aqui?
- Eu tinha que ver, crer saber que o homem com quem eu durmo esta me roubando.
- Como assim roubo, tá me tirando mano, qual é eu não sou ladrão.
- Então o que é se apropriar de algo que não é seu?
- Eu ia te devolver, juro.
- Pare de ser canalha, se torne um homem pelo menos nesse instante, não tem como você inventar suas estórias aqui.
Anderson entra no assunto do casal.
- Opa, eu não tô sabendo de nada disso de devolução, caiu aqui na minha mão, foi criança, já foi.
- Valeu Anderson, valeu mesmo.
- Não tenho culpa se você não sabe fiel como manda o dito, fica ai de pilantragem.
- Eu não sou pilantra.
- Qual é irmão, aqui quem grita forte e faz a bate mesa aqui sou eu, só eu.
Vanessa intervém assim que vê Anderson sacar de seu revólver em direção a Gui.
- Qual o valor da dívida?
- Dois mil mais ou menos.
- Dois mil?? Os olhos dela lacrimejam a olhar para Gui ali cabisbaixo.
- Toma, ai tem 1500, atéo fim da semana lhe envio o restante, pode confiar.
- Falou, só que esta gracinha em ouro fica aqui com o pai.
- Não, por favor, fique com isso. Ela tira do pescoço a corrente que ganhara de seu pai quando fizera 15 anos e do pulso um relógio e entrega ao homem que depois de conferi-los lhe devolve a aliança.
- Moça, deve gostar muito dessa aliança hein?
- Quem me deu essa esta muito distante de mim.
- Exterior?
- Morto. O silêncio impera ali por alguns segundos e logo retorna o som da voz de Anderson que fala alguma coisa enquanto guarda a corrente e o relógio em uma gaveta com chave.
- Já na rua de cima, Gui caminha ao lado de Vanessa sem proferir uma palavra sequer até segurar a respiração ele o faz.
- Então Va..........
- Vá para casa, vou para o meu trabalho, quando eu chegar a gente conversa.
- Tudo bem.
- Tchau.
Ela lhe dá o seu cartão de coletivo e ele segue para um ponto, enquanto ela pede um carro por aplicativo.
Uns 15 minutos depois, o ônibus pára no ponto, Gui entra neste e segue para sua casa, Vanessa já esta quase chegando na agência.
Murilo termina de estender a roupa limpa no varal, Bruno ali de sunga olha para ele e logo inicia uma coceirinha no saco.
- Ah não Bruno, você vai ficar ai coçando suas partes qual é cara?
- Acredite, começou agora, fala sério, tem coisa mais feliz a um homem e desestressante que coçar seu próprio saco?
- Vá se fuder. Risos.
Toca o celular de Bruno ele vai até o sofá e retorna.
- Oi, sim, tá tudo bem, amanhã, beleza, tchau, a gente vai se falando, falou.
Ele desliga, Murilo ali a sua frente.
- O que foi?
- Fechei um contrato novo, vou fazer 3 vídeos para eles.
- Três?
- Lógico, acha que eu ia ficar em um só vídeo, jamais.
- Sei não Bruno, não acha que é exposição demais?
- Amigo eu preciso de grana, não é você mesmo que vive me cobrando, me dizendo para que termine minha facul?
- Tudo bem, mais eu, sei lá, com quem você vai gravar?
- Não importa, tanto faz, vou fazer a glória na carreira.
- Olha, tome cuidado, se previna.
- Ei, parou, tudo bem, fique sabendo hoje é praticamente lei, tem de ser feito o teste de hiv antes e depois das filmagens.
- Mais vai ter preservativo?
- Sei lá e daí, se rolar sem, eu topo no ato, afinal essa gente desses filmes é sempre muito limpa, a grana também é altissima quando é no couro.
- E o risco também.
- Fique calmo amigo, sou expert nesse assunto, putaria é comigo mesmo.
- Sei, bem, aviso nunca é demais.
- Falou sábio.
3 semanas depois, Bruno sai todo arrumado, Murilo o leva de carro para a produtora onde será feito os tais vídeos, no caminho, Bruno fica a arrumar seus cabelos, Murilo acompanha a música tocada no rádio até estacionar o carro.
Dentro do estúdio, numa espécie de galpão por terminar a equipe já esta no preparo de tudo.
Equipe essa formada por 5 mulheres, um dos sócios vem a Bruno e o cumprimenta, Murilo aproveita para perguntar do outro, a resposta lhe causa um certo pensar, o outro sócio fora para o Paraguay e depois seguirá para a Bolívia.
Bruno animado com tudo ali, afinal nunca estivera um set de filmagens, apesar que aquele lugar esta longe de ser um, Murilo também anda por ali e para frente a uma tenda improvisada, ele entra ali, 2 mulheres e um homem são maquiados e elas vestem um biquini e o rapaz uma espécie de tanga masculina.
- Meu Deus, onde meu amigo foi se enfiar?
Ele sai dali rapidamente, numa mesa, uma espécie de mala aberta, dentro chicotes, tiras de couro e outros acessórios de sadomasoquismo.
- Agora sim, não posso deixar este tolo entrar nessa fria.
Murilo acelera na procura por Bruno, até encontra-lo junto do empresário, já vestido com um robe preto, por baixo uma minúscula sunga vermelha cintilante.
- Bruno.
- Murilo, cara, achei que você tivesse ido embora.
- Preciso falar com você.
- Agora?
- Tem que ser agora. O rapaz faz sinal ao executivo que corresponde, assim ele segue com Murilo para um canto.
- O que foi Murilo?
- Cara, você já sabe o que vai fazer nessas filmagens?
- Sexo, oras.
- Cara, tem 2 mulheres e um homem ali vestidos ou melhor semi nús.
- São gostosos?
- Seu louco, tem chicotes e outros acessórios de masoquismo.
- E daí, eu amo isso.
- Agora sim, você esta louco.
- Por favor Murilo, te entendo, mais vai, fica tranquilo.
- Tem certeza que quer fazer isso, a gente pode sair agora.
- Não Murilo, eu vou fazer. Murilo olha para ele impaciente.
Gui chega em casa com sacolas, joga a chave no sofá e as sacolas no chão perto da cozinha.
- O que é isso?
- Oi amor, já chegou?
- Guilherme recolhe isso e coloque no lugar.
- O que foi love?
- Já chega Gui.
- Que bicho te mordeu amor?
Vanessa vai até ele e sem aviso lhe dá um tapa.
- O que foi isso, esta louca.
- Se esqueceu do que eu te disse dias atrás, o jogo virou, agora sou eu quem dá as cartas e as coisas estão mudando e vão mudar mais ainda.
12102019..............
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