CLEÓPATRA
Quando os meus seios decaírem, velhos,
E os homens disputarem a minha ausência,
Quando não mais servir para a carência,
Meus sinais verdes ficarão vermelhos.
Já ‘stou rachada em todos os espelhos
E em breve estarei nula na dormência.
Minhas pelancas, plenas de impotência,
Aos ouvidos da Morte dão conselhos.
Os meus últimos dias serão ácidos.
Vão ter nojo dos meus recantos flácidos
Que de abrigos serviram até a sábios.
Vão me cobrir de areia e argila pretas,
Brotarão sobre mim mil violetas
E outros vermes irão chupar meus lábios.
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