Luz de meiga estrela,
algo de Deus em mim,
alcança-me um favor,
meu destino e sonho clareia.
Aquela criança pequena,
na hora do sono acordada,
chama ao jardim para olhar,
contentes, os pingos d'água,
lindos, livres navegando...,
aves negras brancas caladas
miúdas penas derramando,
selvagem teimosa fogueira
restolhos de medo queimando.
Na madrugada orvalhada,
convoca flautas e flautins,
o choro, os risos, a alegria,
um coro de anjos bons,
para que num canto envolvente,
contem ao coração inocente,
o que ninguém jamais contou:
és sábio suficiente, sim.
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