Alguns de vocês devem lembrar a sensação inebriante, que sentíamos quando em salas grandes ou pequenas, formávamos uma multidão que se amava por uma única vontade: assistir uma sessão de cinema.
Americanos, franceses, italianos ou mexicanos, para os menos exigentes, chanchadas nacionais para os carnavalescos fãns da Emilinha e suecos para os mais intelectualizados, que amassem morangos silvestres.
E emocionados ficávamos participando das histórias com começo, meio e fim, apresentadas em preto e branco ou em technicolor. Não havia esse festival de efeitos especiais, com automóveis despencando de alturas impossíveis e explosões catastróficas, hiroshimicas. Efeito especial, para mim, parece demonstrar falta de argumento.
Cinema era reunião e não essa solidão que acontece hoje em dia. Cinema era uma consulta intima para sabermos se nos nossos jardins ainda existiam borboletas de azas azuis. Aquelas, que voam de flor em flor , procurando a ilusão . Voam, pois que ” a vida é tão boa quando se tem um amor no coração.”
Rio, 19/03/2019
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Biografia: Nasci em Itaqui, no Rio Grande do Sul e resido no Rio de Janeiro desde o final de 1958. Nunca publiquei nada do que escrevo, por que sempre o fiz para consumo próprio e, principalmente, por falta de talento. Agora, acho que perdi a vergonha. Gostaria imensamente de receber as críticas dos meus eventuais leitores peoo e.mail anibalbonorino@superig.com.br. |