Poema 1 - O Olhar Perdido
Nesse primeiro poema, ela está muito deprimida.
Um Olhar perdido no infinito
Ressoa como um grito
Pela dor
que mata a vida
E vivencia a morte.
O ânimo morre
Como a vida que sofre
Por se encontrar
Num olhar
que todas as horas se põe a chorar.
É o olhar da incompreensão nesse mundo sem sentido.
É o olhar da insegurança pelo corpo não ser atrativo.
É o olhar da solidão sem bons amigos.
É o olhar da ansiedade pela preocupação de reviver o ocorrido.
É o olhar do desespero pela minha mãe amada adotiva ter morrido.
É o olhar da revolta pelos meus pais biológicos terem sumido.
É o olhar da injustiça pela única pessoa que me amou ter partido.
É o olhar da culpa pelo que deveria ter feito no tempo permitido.
É o olhar da impotência por querer mudar o que é impossível.
E é o olhar do vazio pelo amor que um dia foi sentido.
A ferida está aberta
e não sei o que fazer com ela.
Eu não acredito que perdi mais alguém que confiava!
De perder as pessoas, eu já estou cansada!
Desejo em cada minuto a minha mãe de volta!
Porque o que adianta viver, sem você?
O que adianta ter um coração, se ele está num eterno sofrer?
A morte não é o pior que pode me acontecer.
O pior é a dor por, com você, não mais conviver.
A depressão, no meio do mar,
me deixa sem vontade de nadar
para me salvar
da onda a me afogar
Pelo sofrimento
que somente assim vai passar…
Poema 2 - Desistir
Poema feito para um curta metragem. A personagem está no ápice da depressão, pois nesse momento, ela está tentando se matar.
Mãe? Onde você está? Preciso de você!
Volte e devolva o meu sentido de viver!
Volte e devolva a graça do mundo,
Pois estou quase caindo num oceano profundo!
Luto inutilmente.
Choro inconsolavelmente.
Nado contra a correnteza.
Paro pela minha fraqueza.
Vou morrer de tristeza.
Me permito ir para o fundo do mar
Sem mais forças para lutar,
Sem mais ar,
Sem mais dor ao desistir,
Sem mais esperança,
Sem mais poder seguir
sem ti…
Parte 3 - A Anja
Terceiro Poema para o curta- metragem. A personagem não conseguiu se matar porque sua amiga a ajudou entrando em sua casa no momento certo mostrando a ela que ela não está sozinha e que precisa buscar ajuda.
Devo dizer que no curta, para tal superação, mostra ela tomando certos medicamentos e fazendo psicoterapia.
`As vezes, queremos desaparecer
para a dor enfraquecer.
Não percebemos uma outra saída
A não ser acabar com a própria vida.
`As vezes, achamos que se partirmos
ninguém notará o nosso sumiço.
Na verdade, um peso não mais existente dará alívio
A quem achava nossa existência um divino castigo.
No fundo do oceano,
Paralisada num só momento
Fui despertada por algo aqui dentro
Que se recusava a perder do meu medo.
De repente, uma Anja amiga apareceu
Me mostrando que eu não estava sozinha como me pareceu.
A Anja me salvou do meu abismo
Assim que comecei a desejar auxílio
E a vislumbrar um novo caminho.
O caminho para planejar uma nova vida
E assim, aos poucos, cicatrizar a ferida
Da saudade intensa do passado que se despedia.
O meu olhar perdido no infinito
Se transformou em um olhar mais positivo
Quando meu mundo ganhou um novo sentido.
Parte 4 - Mãe
´Ultimo poema do curta metragem. A personagem consegue elaborar o luto patológico dela e superar sua depressão.
Agora consigo me lembrar mais de você
Sem tanta angústia e culpa
Após me confrontar com o que veio a ocorrer:
Você se foi…
Não dá para controlar a morte.
´E difícil aceitar quem sofre.
A saudade do passado quase me afogou
Na minha impotência de te recuperar
Pela época que sem eu autorizar
De repente se apagou.
Precisei aceitar minha limitação.
Precisei aceitar a sua e a minha presente situação
Para a paz no caminho sobreviver
Depois de tantas ameaças a desaparecer.
A minha necessidade de mudança
Me propôs uma nova aliança
Com um diferente modo de viver
Sem o passado tanto remoer
E com o futuro cheio de planos a florescer.
Agora, está acalmando o mar,
Você, livre para descansar
E eu, livre para dançar, correr, planejar e amar
Porque não há dívidas para fazer da sua morte a minha
Se a morte não é castigo; é destino.
Por quê se isolar
e não mais amar
pelo medo de se magoar
se o mais natural em viver
é a morte, a dor e o amor para a gente amadurecer?
Respiro grata por poder viver.
Vivo grata pela minha alma ver
a perseverança com a mais profunda ferida
sendo cicatrizada
Pela Anja, mas sobretudo, pela força no meu interior
que me facilitaram encontrar em mim e no mundo, o amor.
Eu transformarei o meu olhar
de perdido para um mais compreensível
de que não existe corpo indestrutível,
porém a saudade
visita a gente,
inevitavelmente,
imortalizando quem tiver partido
em nossos corações gratos
por termos nos conhecido,
por termos vários momentos vividos unidos
e que jamais, serão esquecidos...
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