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A GIRAFA QUE QUERIA SER MISS
A vaidade
Ismael Monteiro

Resumo:
Uma história sobre a vaidade.

A GIRAFA QUE QUERIA SER MISS

     Clotilde era uma girafa muito vaidosa. Queria a todo custo ser Miss. Sabia que tinha um belo porte, mas necessitava de muito aperfeiçoamento.
     Seus pontos negativos começavam por seu olhar de idiota, principalmente quando olhava de lado. Apesar de seu porte altivo, quando se abaixava para pegar comida, era um desastre!
     De olho nestes problemas ela tentava fazer cada vez mais, ajustes em sua beleza. Vejam lá:
     Na sua cabeça, ela puxou as orelhas prá tráz e amarrou-as implantando ali, uma pequena peruca, da mesma cor de seu pelo, prá que ninguém notasse a diferença. Ficou realmente mais bonita, mas aquele seu olhar ainda era comprometedor.
     Fez uma terapia do olhar, tentando arrumar a situação. Depois disso, ela se virava com cuidado, mostrando que o tratamento dera resultado. Nos seus pés, ela mandou implantar unhas postiças e pintou-as de vermelho, dando um toque bastante especial e luminoso.
     O seu andar de artista, parece que não precisava ser mexido. Aliás, desde a sua infância ela sempre chamava a atenção por isso, atraindo animais e seres humanos.
     A sua barriga passou por um processo de liposucção para tirar todas as gorduras. Com isso, ela ficou sem aquela barriga indesejável.
     A sua voz que era rouca, ficou melhor, pois ela fez um tratamento de fonoaudiologia, para corrigir as imperfeições.
     Com tanto tratamento, Clotilde queria arrebatar corações, ser linda, vencer todos os concursos de beleza.
     Mas a cada modificação, ela notava que ainda faltava alguma coisa. Mudanças aqui, ali, tudo parecia funcionar de acordo, mas ela ainda não se considerava sumamente linda. Era preciso mais.
     Suas exigências foram aumentando cada vez mais. Todavia, ela sentía-se que a cada modificação seu orgulho aumentava, ou seja, ela ia ficando insuportável. Parece que a beleza lhe subira à cabeça.
     No primeiro concurso de beleza da floresta, Clotilde se inscreveu, esperando conseguir a primeira colocação.
     O concurso foi realizado na toca dos ursos, por ser um lugar alto, espaçoso e bastante arejado.
     A primeira concorrente foi a leoa Meire, que se produzira toda e parecia uma artista de cinema.




     A segunda foi a fêmea do rinoceronte. Ela fantasiou-se de lua cheia, toda brilhante e ofuscando os olhares dos convidados.
     A terceira concorrente, foi a mosca Divina. Ela se pintou de várias cores, de modo que quando voasse tudo aquilo ficasse multicolorido.
     A quarta concorrente, foi a zebra. Ela mudou suas listras, onde era branco ficou verde abacate e onde era preto ficou amarelo ouro.
     A quinta concorrente, foi uma macaca, toda cheia de lantejoulas, parecia um pinheirinho de Natal.
     A sexta concorrente foi a girafa Clotilde. Ela, sem dúvida se arrumou muito bem, pois queria ganhar o concurso.
     A mesa julgadora era composta por: porcos, cavalos, burros, elefantes, leões, cachorros, ovelhas e outros bichos, somando 32 participantes.
     A primeira a entrar na passarela foi a leoa Meire. Ela esbanjava beleza e pureza. Recebeu muitos aplausos.
     A segunda, foi a fêmea do rinoceronte ou abada. Sua passagem pela passarela também foi aplaudida.
     A mosca Divina foi a terceira a desfilar. Ela mostrou toda sua garra e beleza e foi aplaudidíssima.
     Quando a zebra entrou, foi um sucesso total, parecia uma Marilin Monroe, todos aplaudiram.
     A macaca parece que não alcançou o que queria, mas foi aplaudida.
     Clotilde foi a última a desfilar. Sua beleza produzida não chamou a atenção, mas ela recebeu vários aplausos.
     Reunidos os jurados, foi apurada a votação.
     O primeiro lugar coube a mosca Divina, por seu empenho, beleza, simplicidade e originalidade. O segundo lugar ficou com a zebra, por sua simpatia. A terceira colocada foi a fêmea do rinoceronte que também foi muito aplaudida. A quarta colocação ficou com a macaca. A Quinta, ficou com a leoa Meire. Porém, a última colocada foi Clotilde, que cabisbaixa deixou o ambiente.
     Clotilde, ficou decepcionada e se questionando: onde falhara? Porque o público não lhe aplaudiu? Aqui fica a resposta: por vezes, somos iludidos pelas aparências enganosas e deixamos de acreditar na verdade para acolher em nosso coração o erro e a mentira. Por isso, não é a máscara externa que nos faz mais bonitos, mas o nosso interior.
     


Biografia:
Sou pesquisador científico há vários anos e possuo conhecimento sobre diversas áreas.
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