Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
LÁGRIMA DE UM PROFESSOR
Derlânio Alves de Sousa

LÁGRIMA DE UM PROFESSOR

Numa desfeita de um plano
Pronto para ser aplicado,
Num desejo ardente de um sonho
Em cinquenta minutos de aula.
O professor vê todo destruído
Tudo que foi planejado.

Diante de dezenas de mentes
Louco para ser ouvido,
Consciente de sua missão docente
Reforça sempre seu pedido:

- Silêncio, turma, silêncio!!!
O conteúdo é extremamente importante,
Preciso repassá-lo para vocês,
Sejam por favor! Conscientes,
Do seu papel como estudante!

No fundo da sala, o grito.
Conversas, palavrões, zumbidos...
Pelas extremidades da sala, a desatenção.
Na frente, alguns querendo de fato,
Aprender para a vida, a mais rica lição.

Já com a voz rouca,
Continua fazendo o pedido,
Expelindo todo ar pela boca:
- Por favor, façam silêncio!!!
Se não seu aprendizado, será comprometido.

Sem respeito e sem pudor
Sai da sala, o professor,
Sem voz e muita dor:
Dor de cabeça, “dor no peito”
Sem saber direito, onde está seu valor!

No fim do expediente, faz uma reflexão:
- Onde está o erro, meu Deus?!
- Na minha didática?! – Na sua criação?!
E para não se levar ao engano,
Refaz suas estratégias,
Flexibiliza seu plano.

Hora dá certo, hora dá errado.
O problema é que no final do ano
Não pode nenhum aluno ser reprovado
Caso venha existir algum,
O professor é quem está errado.

O Estado por sua vez, cobra resultado.
O professor requer respeito e valorização,
Enquanto o sistema é burocratizado
Por um viés mal idealizado,
Que acaba sepultando a educação.

Com o livro didático debaixo do braço,
Com o pincel rolando entre os dedos da mão.
O professor assiste todo o fracasso,
De um país de uma grande nação.
Que jamais pelos seus governantes,
Priorizaram a nossa educação.

Sem direito a resposta
Sem ouvido dentro da sala de aula,
E tão pouco fora dela.
O professor se sente um “gigante” sem poder.
Numa sociedade de grandes mazelas.

Mas apesar de tanta desfeita
Ele mantém sua rotina.
Ao lavar e enxugar seu rosto
Com uma toalha fina,
Faz-se cair a lágrima do desgosto.
Por amor a sua profissão,
Sendo esta, uma das mais linda.

                             Derlânio Alves
Arneiroz, 15 de outubro de 2018.


Biografia:
Derlânio Alves de Sousa, nascido em 04/01/1976 no município de Aiuaba CE, filho de agricultores, Eneas Alves e D. Santa, é professor de Língua Portuguesa, tem pós-graduação em Língua Portuguesa e Literatura brasileira.
Número de vezes que este texto foi lido: 52962


Outros títulos do mesmo autor

Poesias DIREITO DE NASCER Derlânio Alves de Sousa
Poesias Petrobrás Derlânio Alves de Sousa
Poesias Às Vezes e Sempre na Vida Derlânio Alves de Sousa
Poesias Apocalipse Derlânio Alves de Sousa
Poesias Apelos Derlânio Alves de Sousa
Poesias Agradecimentos Derlânio Alves de Sousa
Poesias A Fotografia Derlânio Alves de Sousa
Poesias Lenda do Paraíso Derlânio Alves de Sousa

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 61 até 68 de um total de 68.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
O AMOR ENTRE UM SOLDADO E UM CAMPONES - MIGUEL 52805 Visitas
Jardim da Vida - JUCÉLIO BRITO 52805 Visitas
Eu sempre... - Pequena Grande Adulta 52805 Visitas
Onde já se viu, a menina se apaixonar pelo mar? - B. Flores 52805 Visitas
ATÉ QUE BRILHE... - orivaldo grandizoli 52805 Visitas
Volta agora - Cássia Cunha 52805 Visitas
TERRA SOLITÁRIA - orivaldo grandizoli 52805 Visitas
AMOR VENCIDO - orivaldo grandizoli 52805 Visitas
E ENTÃO ? - Marcelo Penha 52805 Visitas
AQUI E AGORA - orivaldo grandizoli 52805 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última