Por que esta terra parece desabitada,
tão cheia de pessoas que não se olham,
nem se percebem, nem se esbarram,
bebem café, sozinhas, no balcão,
olham para o chão, mudas,
tantas palavras amordaçadas,
as mãos pendidas, dos braços pedaços,
um grito preso na garganta,
o amor encolhido no canto do coração,
a luz lá fora esperando para curar,
a cidade esperando que alguém a acorde,
os sinos, o vento, a tempestade, o silêncio...
|