Tudo chega a mim
em pedaços.
(Cateiro de miúdos
dos meus encontros
com outros mundos,
conscientes ou não.)
Tudo chega a mim
fragmentado.
Não sinto o cheiro do todo,
nem sinto o gosto de nada.
Mesmo aquilo que vem, vai-se...
E parto de mim mesmo,
parte por parte.
E deito no chão da sala,
frio e seco,
qual pedaço de mármore.
Penso em dormir,
mas penso e não durmo
e levanto assustado e ando
a casa toda.
Cansado. Oh espírito cansado;
da orfandade cósmica,
de não poder brincar,
dessa solidão triangular,
de uma impotência monstruosa,
da mediocridade latente
de fronte a mim
e de toda a gente.
Não. Não farei mais versos,
enforcar-me-ei para
provar que sou sublime.
(Um poeta morto vale mais que um poeta vivo)
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