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Abraço do Inverno
Lucas SM

Nunca tive peso sobre a rua
Minha mente sempre flutuou distante
A realidade sempre me soprou pelos caminhos como o vento sopra sob as asas de um pássaro
Queria pensar menos no céu enquanto sigo voando pela vida
Queria acreditar que a sua realidade é diferente da minha

O mundo se quebra quando dou de cara no espelho, e se quebra de novo e de novo
Nunca o vejo aproximando-se
Talvez azul e transparente já tenham formado a mesma matéria invisível

Lamento por essa vida. Por minhas asas riscarem somente as nuvens cinzas
Depois por ter perdido o frio da chuva
Por ter sido tudo terrível
Se isso for um sonho, alguém me faça acordar
Se for um sonho, não me faça acordar
A realidade pode ser pior
E eu tenho tanto medo da verdade

Nunca tive peso sobre a rua
Imaginava que eu fosse a lua
E você o sol
Que me fizesse pousar num daqueles galhos que eu via na infância, no pátio do jardim de infância
Quando olhava para cima e via os pardais parados nos galhos
Me lembro do céu ser azul e tão limpo sobre os passarinhos
E de haver sol brilhando entre a folhagem

Mas nunca mais vi o sol, nem em você o vi, nunca
Nem voltei a sentir o sabor do azul de novo, nem algo que se aproximasse pela metade do que foi aquela felicidade
Ou da felicidade

Algumas vezes imagino que sou um homem velho, pelado, deitado na cama em um mundo de inverno
Sonhando com uma vida inacabável de uma outra pessoa
Que do outro lado da janela do quarto, nesse mundo de inverno, as árvores também ficam peladas, pouco a pouco
E que vão trocando o verde pelo castanho, enquanto o sol morre no horizonte

Desejo que suas blusas castanhas e seus cabelos castanhos sejam reais
Que você acolha esse homem velho em seus braços, num abraço apertado, enquanto envolve a nós dois em um cobertor
Aperte-o, cante para ele uma canção de ninar, para tranquilizá-lo em seus sonhos
Enquanto o vento sopra gelado lá fora
E faça com que minha vida fantasiosa se torne melhor de certa forma, até que o inverno acabe
Para que tudo brilhe de novo, novo, como brilhava quando eu tinha sete anos
E amava tudo de verdade, do fundo do coração
Para que eu te ame de verdade, do fundo do coração, como o sol ama os pássaros


Este texto é administrado por: Lucas Mendonça
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