Nesse Natal, se você tem um vizinho pobre, mas muito pobre mesmo, cuidado para não se machucar na cerca do individualismo que os separou até agora nem correr o risco de se atropelar nos espinhos do egoísmo. Do lado de cá mesmo, ofereça-lhe algum momento de ternura, ajudando-o a amenizar as carências do seu Ano Velho. Dê-lhe pão e, se você se esquecer de dizer Feliz Natal, ele não vai notar, porque a felicidade da mesa farta o fará lembrar-se de Jesus Cristo.
Nesse Natal, se você não teve tempo de mandar um cartão de Boas Festas para seus pais velhinhos, não faz mal. Ajoelhe-se, peça perdão a Deus pela péssima conduta de filho e proponha uma ajuda efetiva, de mais conforto, mais atenção e mais presença, junto de sua família, sempre.
Nesse Natal, se ainda se lembra de alguém sozinho que um dia você abandonou: seu filho, seu irmão, seu amigo, seu namorado, não chore de arrependimento, somente. Vá a pé, de ônibus, de carro, de avião ou pegue o telefone e diga-lhe, com o maior carinho: Você é muito importante para mim. No Ano Novo, estaremos sempre juntos, Feliz Natal!
Nesse Natal, se você entregar-se aos prazeres da carne e perder-se na embriaguês de vinhos, da mentira, de ilusões, não se desespere, Jesus Cristo não precisa de festas para você lembrar-se Dele. Levante a cabeça, aprenda a lição e tenha a capacidade de abrir os cadeados enferrujados do coração.
Nesse Natal, ilumine-se de compreensão, resplandeça de alegria, enfeite a vida de perdão, acende a lâmpada do seu melhor propósito, dê o braço amigo aos que o cercam e não tenha medo de ser bom. Afinal de contas, tudo na vida perece, você passa e outros natais virão, porém a estrada reta ou tortuosa vai em frente e nenhum momento repete-se exatamente igual: Feliz Natal!
Ivone Boechat
|