Os meus olhos te encontram
Antes de mim
Descanso meus receios
Durmo sem arrepios, devaneios
Aprendo que não és o fim
Ser-me-ia o bastante
Acreditar que és para sempre
Diante da tua grandeza
Fechar-me no silêncio
Para ouvir ininterrupto
O que é preciso sentir
É pena, lamento
Existem apenas três tempos:
O de te viver, o de morrer
E entre as duas primeiras opções
O de não saber o que escolher
Ainda é novo o teu cheiro
Os lençóis dos teus cabelos
São alívio na dor
Logo sei que não existes
Vens comigo dançar
Levas-me para onde quero
O que fazes, amiga
Ao ver-me a arrastar-se em desespero?
Um adeus quero evitar
Lamentos na despedida
Lágrimas travar
Deixá-las para boas-vindas
Não se ama de sobra
Nem desejo ver caído em choros
O riso leve que vestes
Quando chegar o último beijo
E soar a trombeta do adeus
Para sermos outra vez desconhecidos.
|