A guerra entre o ódio e amor,
supõe o filósofo,
deixa o espinho e mata a flor,
(vão propósito),
escurece o cálido céu de setembro
enegrecendo as estações por dentro...
Como parturiente defeituosa,
o filósofo supõe,
o amor é verso, a guerra é prosa,
e assim põe
o guerreiro com sua espada
e o poeta com sua adaga
de fina ponta amolada
em combate delicado,
um matará o perdão,
o outro fará sobreviver o pecado...
A guerra,
diz o filósofo,
enterra
a possibilidade da escrita afetiva,
o amor, diz o mesmo, pensativo,
ressuscita o coração do trigo
dentro da alma do pão:
ódio e amor,
diz o filósofo,
caules da mesma flor...
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