“Por que não morri ao nascer, e não pereci quando saí do ventre?” (Jó 3.11)
O livro de Jó fala de um homem considerado bom por Deus. Esse homem enfrentou sofrimento em três áreas da vida (financeira/material, familiar e física). Ele perdeu muito. Perdeu bens materiais, filhos e sua saúde. Porém, não perdeu tudo: a fé em Deus. Diante do sofrimento intenso e sem identificar a causa do seu sofrer, Jó perseverou. Jó adorou a Deus. Em tudo ele viu a operação divina, conforme Jó 1.21 (…) “Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor”.
As notícias trágicas espalharam-se, e é incrível como tais notícias se espalham velozmente! Então, três amigos de Jó vieram de suas terras para prestar apoio. Eles simplificaram a causa daquele sofrimento todo em uma única justificativa: infidelidade a Deus. Estavam enganados. Seria melhor que tivessem ficado em silêncio, pois acrescentaram dor ao amigo. Deus mesmo testificou da retidão de Jó. O sofrimento deve ser olhado dentro da perspectiva divina. Se não temos respostas para o sofrimento de acordo com algum propósito de Deus, é melhor silenciar. Os três amigos usaram muitos argumentos aparentemente corretos contra Jó, mas desvinculados do propósito divino. Portanto, não eram as respostas de Deus para o amigo sofredor.
Muitas vezes, quem sofre não sabe o porque disso e quem o cerca, muito menos. Assim, o conselho somente é válido se for dado com amor e compaixão. Jó não pecou ao externar sua tristeza profunda, mas seus amigos pecaram ao julgar a causa de seu sofrimento de maneira errada. O desabafo não significa que buscava respostas: consolo é uma coisa e resposta/sentença é outra. Eles viam e ouviam, mas não o compreendiam. O silêncio seria melhor.
Deus não revelou a Jó o motivo dos dolorosos acontecimentos. Ao leitor, sim, é revelado. Por isso, mais importante que conhecer a motivação do sofrimento é confiar em Deus. O sofrimento de Jó não era punição, mas plano divino. Para que? Abençoá-lo!
Jó desperdiçou muito tempo justificando-se para seus amigos, enquanto devia concentrar-se apenas em crer em Deus. Em Romanos 8.33 Paulo diz: “Quem fará alguma acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.”
Quando o mal inesperado surge e o desespero quer dominar os sentimentos, temos em Jesus descanso e consolo verdadeiros, ainda que tudo pareça sem sentido ou injusto. Segundo João 14.27: “Deixo-lhes a paz; a minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbem os seus corações, nem tenham medo.” Jesus é a resposta certa para todos os sofrimentos, pois Ele os venceu na cruz.
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