Obliquidade das vielas transversais, rentes logo ao prédio nove. Onde moram as gêmeas Montenegro,
Já terminais cancerosas, rejeitadas pelo mundo inteiro.
Existem ainda tantos boatos, que as irmãs vetustas grasnam e berram, como abutres afaimados,
Em todos os domingos de novenas e missas soturnas, dedicadas aos crentes morrediços.
O longo solilóquio que se escuta encostado na portinhola do quarto dos efêmeros,
Cômodo dos órfãos raptados, de estômagos calhados, de olheiras flagrantes,
E tórridas escoriações. As rugas precoces que apinham montões de fuligem,
Laceram-se nas caretas chorosas quando lhes visita, a memória erma do eremitério, e dos cutelos do descaso.
E lotados, no corpo inteiro, de descomunais furúnculos abrasados, de pus condensante e de fluidos visguentos.
O sangue infante na penumbra tristonha,
Escorre na face da santa!
|
Biografia: Descobrindo, no mal e no bem, no meio termo também... Com, ou sem alguém, na miséria da rua, e no prazer do harém, caminhando junto com as de Salém. E que tolice grande seria, que crime eu cometeria, se eu negasse qualquer parte minha! |