Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Tenho fome, tenho sede
Sergio Ricardo Costa




                                Tenho uma alma
Oca e certa de viver a vida a tratar,
Como foto boba, ingênua, doce
Enquanto mais e mais ausente,
À espera, pois,

Do amor.

Uma teia,
Uma sombra feita de pedra,
Para sempre presa aos pés,
Aquilo por quem
São pequenas coisas velhas,
Críticas desta
Morta, muda, gente fria, tenho o amor,
Tenho a ânsia, carne branca e espuma, percorro
A lua e acaba sendo fácil ser como sou.

Uma estreita porta semiaberta que tenho
Entre as mãos e uma estrela sóbria, de mim
Tão distante, que o tempo foge com fome
                                 E medo entre as ruas.

Nu, estou com as mãos
Sujas sobre o chão.

Pensando bem, já não tenho
Voz alguma para erguer-me contra o que mais.

Para longe, para a vida longos véus.

Medo,
Pois em mim tremula a noite com precisão.

Dá-se outra rua e é assim que vem, de repente,
Um abismo ser motivo entre os que estão
Perto, muito perto, como lâmina cega.

Tento apenas não dormir.

Sou eu a meus pés,
Livre além de mim, as mãos de vidro e as pedras
Pelo chão mostrando o céu da tarde.

Cheguei
Onde estou, erguendo as mãos em volta do vazio.

Sempre a fome, sempre a sede, tentam ganhar
Minha escolha.

E, mesmo, quando, auto clemência,
Deva ser tempero bom, ressinto do mal
Gosto, ainda uma prova, fria, agora,
Por acaso e bom seria ter de voltar
Só então, ao chão da casa como destino.

Retrocedo e abro meu castelo no ar,
Tanto tempo houve antes disso (voando
Por inteiro).

E fora ir vivendo, por fim
(Mais de sede e ânsia e fome), deste deserto,
Que melhor seria ouvir meu crânio ruir
Pela terra, com palavras poucas, de acordo
Com o som dos meus protestos vãos.

E apesar
De estar tão tranquilo e mesmo sendo sereno,
Ponho em minha vida um novo céu (em que não
Há nenhum olhar atento) e atento, vou minha
Vida tão antiga sobre o chão.

A aprender
Isso, em certo grau, pretendo.

E quando possível,
Isto, enfim, souber, terei um pouco de paz?


Biografia:
-
Número de vezes que este texto foi lido: 61699


Outros títulos do mesmo autor

Poesias Respiramos entre teus tropeções no vazio Sergio Ricardo Costa
Poesias Tem sua voz diante do nada Sergio Ricardo Costa
Poesias Ai, carne! Sergio Ricardo Costa
Poesias Ideia Sergio Ricardo Costa
Poesias Transformador Sergio Ricardo Costa
Poesias A não ser que seja de encontro à famosa goiabada Sergio Ricardo Costa
Poesias Mas se acontecer é Sergio Ricardo Costa
Poesias Volta e meia Sergio Ricardo Costa
Poesias Rá, rá, rá e rá, rá, rá! Sergio Ricardo Costa
Poesias A enfermeira está a me espancar Sergio Ricardo Costa

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 61 até 70 de um total de 208.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Menino de rua - Condorcet Aranha 62284 Visitas
Analisando o Mauna Linux 24 - Vander Roberto 62270 Visitas
AMIZADE - Derlânio Alves de Sousa 62270 Visitas
HIPOCRISIA - Carlos Rogério Lima da Mota 62269 Visitas
Mulheres - Ana Maria de Souza Mello 62264 Visitas
O que e um poema Sinetrico? - 62262 Visitas
A menina e o desenho - 62249 Visitas
A margarida que falou por 30 dias - Condorcet Aranha 62248 Visitas
RECORDE ESTAS PALAVRAS... - MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS 62246 Visitas
O Formigueiro Humano - O Tombo - Luiz Moreira 62242 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última