às vezes tem
dia,
mas não tem
noite.
às vezes
tem mulher
e tem muito
homem.
às vezes
tem amor
mais não tem
mulher.
às vezes tem
muito homem
para uma
só mulher.
ás vezes tem
muita mulher
para uma só
mulher,
roubada do
homem que mora
sem fé.
às vezes
tem fé sobrando
e ateus
fumando.
tem também
gente viva
que mais
parece morta,
logo ali na
porta
dos angustiados.
às vezes tem
afago
demais
e amor
de menos,
tudo
muito magro.
às vezes
tem amor
de
menos
e sexo
demais.
às vezes
as coisas
tem futuro,
noutras
nadam
somente
no escuro.
tudo
fantasiado
de muita
gente.
às vezes
tem floresta
e não tem mato,
tem homem
e mulher,
enrolados
neles,
de fato !
às vezes
tem parcos
marionetes
nas mesas
de mulheres
que se
encharcam.
às vezes
tem tudo
isso
e não tem
nada.
mas ao lado
de cada copo,
tem um homem
falido
e uma mulher
ferida.
e pra resumir,
ás vezes
nós somos tudo
e não somos nada.
tudo isso
durante
o dia e a
noite.
é festa de
quindim
na praça
dos alvoroçados.
não dá vontade
de sumir
a nado?
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