A espera
A noite inteira olhando
para o relógio fictìcio da parede de sua sala,
os pès adormeceram e o resto do corpo começara a doer.
ela deveria ter voltado às sete horas
do dia anterior a este que vai nascer.
Balbuciando algumas palavras
uma espècie de prece vazando os dentes.
Meia dúzia de rosas repousam na jarro;
o jantar esfriara
e o vinho agora esta quente.
As janelas ficaram abertas
e a porta da frente destrancada.
a mesma canção se repetiu dezenas de vezes
além da programada,
sendo a lua de hoje só um risco no céu
manteve acesa a luz da escada.
O vento indiferente,
promove um bale de cortinas esvoaçadas
e sombras de samambaia por toda a casa,
enquanto é fuzilado por um retrato impertinente
se acabando em gargalhadas.
Já se passaram mais de vinte anos,
apesar do retrato,não há certeza que a mulher existiu,
o homem continua esperando
ainda da mesma cadeira olhando
para o relógio que ninguém nunca viu.
|