Doce vinho
que arruela
a solidão;
pavia a dor
insensibiliza
o andar.
Vira a vida torto,
num copo.
Deixa prá lá
os medos do corpo.
Nem sempre foi assim,
nem sempre foi
pôr-do-sol.
Teve um dia de várias
vidas: abraços e beijos -
as mesuras de minha vida !
Teve um dia que teve
até família.
Tudo junto, até que
se enturvassem,
e a vida os levassem,
para o porto dos desavisados !
Porto dos incompreendidos,
jogo de duas pás:
uma para cavar
outra para tapar.
E assim a vida
se levou,
como a aragem
de vento primaveril.
Hoje em Trípoli ou
Gasgorra, o gosto do
vinho é quase o mesmo.
Mas a vida...
a vida, o tempo já levou.
Hoje, chorar não adianta
lá na frente tem gente
mais forte !
Gasta você em seu medo,
e se esconde dentro do passado,
pois tudo acontece no de repente.
E, no de repente, você chora !
Quando você procura
vai ver que todos
estão lá nas alturas,
e você - Diablo das Ilhas -
se vê dentro da caixa do medo
perdido e marcando horas
sem parentes e sem dor
dos filhos!
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