Era um tempo, não longe, passado,
Lotus Negra, seu vestido alçado,
É uma fada, incauta, improvável ?
Um pecado, meu sonho palpável !
Ante o vidro à janela sonhava,
Em cair, mas alguém segurava,
Um espírito, uma alma ferida,
Ante o velcro, paixão proibida.
Minha vida estranha no mundo,
Que ocupa pensamento imundo,
Faço festa em meu sonho velado,
Fantasias de prazer tutelado.
Cada alma, um amor ressoante,
Noutra alma se encontra ecoante,
Ainda aguardo a visita esperada,
A outrora por ele cuidada.
Pela posse mais vil da tua carne,
Encantado em ilusão tão funesta,
Em seu corpo farei minha festa.
Ainda espero que não seja tarde.
Toda mente, carrega demônios,
Sem pedir misturam-se aos sonhos.
Se aceitas conselho, querida,
Os fantasmas são parte da vida.
A inveja, a cobiça, o ciúme,
São apenas outro lado do cume,
Para ver o oculto lunar,
Sem preceitos, precisa voar.
Acredite no que diz o inocente,
Outra mente é que é indecente,
Preparando caminhos nocivos,
Por trajetos um tanto lascivos.
Ainda espero que não seja tarde,
Para dança pagã, sem alarde,
Faça longe o soar da guarida,
Volte logo. Te espero querida.
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