Com certeza a meritocracia não parte de uma isonomia financeira ou material, fato que gera certa indignação em um primeiro momento. Todavia, após a recuperação dessa nauseabunda e fática percepção, cabe ao indivíduo reconhecer sua posição social, suas opções e fazer o melhor que pode com o que tem.
A reflexão supracitada, se adotada pelo indivíduo como uma religião ou ótica norteadora de ações, certamente se mostrará eficaz para promoção da pacificação coletiva quanto subjetiva. Trata-se de fazer o seu melhor. Não o melhor do mundo, mas o melhor que pode com as ferramentas que tem enquanto não possui ferramentas melhores.
Trata-se de agir como Davi que, para enfrentar um gigante não precisou de uma espada, escudo ou armadura. Dispensou a isonomia material. Sendo esta para ele um fardo, focou em seu objetivo sem se preocupar com as armas do seu adversário, mas apenas com a que precisaria para cumprir seu objetivo.
O fator citado no fim do parágrafo anterior, inclusive, torna sua vitória mais bela, pois possuindo menos, fez mais. Pode parecer conto de fadas, mas tenho buscado seguir o direcionamento dado pelo abençoado por Samuel e assevero que, mesmo não se igualando materialmente com os gigantes, se for fiel a sua missão, não se sentirá menor que eles. Pelo contrário até, os gigantes podem se ver perdidos, ao ver um alvo tão pequeno que não conseguem acertar.
Eles diziam: Mas Davi, olhe, ele é um gigante. Como vai acertar alguém desse tamanho?
E em resposta o ungido ironiza: Realmente é muito grande, não tem como errar!
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