Título original: Ebenézer!
Por Charles Haddon Spurgeon (1834-1892)
Traduzido, Adaptado e Editado por Silvio Dutra
"Então Samuel tomou uma pedra, e a pôs entre Mizpá e Sem, e lhe chamou Ebenézer; e disse: Até aqui nos ajudou o Senhor." (1 Samuel 7: 12)
É na verdade, algo muito deleitável observar a mão de Deus na vida dos santos antigos; como é benéfico observar a bondade de Deus, quando Davi livra suas ovelhas das garras do leão e das garras do urso, perceber Sua misericórdia ao passar sobre a transgressão, iniquidade e pecado de Manassés, observar Sua fidelidade em manter a aliança que fez com Abraão, e Sua intervenção no episódio relativo à sentença de morte para Ezequias.
Mas, amados, não é muito mais interessante e benéfico perceber a mão de Deus em nossas próprias vidas? Não devemos considerar a nossa própria história e ver que ela está tão cheia de Deus, tão cheia de Sua bondade e Sua verdade; ver que é uma prova completa da Sua fidelidade e veracidade, como na vida de qualquer um dos santos que nos tenham precedido? Creio que não fazemos justiça a nosso Senhor, quando assumimos que Ele realizou Seus milagres uma vez, e mostrou-se forte para o povo de épocas anteriores, mas que não faz maravilhas ou que Seu braço não está estendido em favor dos santos que estão agora na terra. Vamos examinar, por exemplo, os nossos próprios dias. Certamente nestas páginas modernas nós podemos descobrir alguns incidentes felizes, que são reanimadores para nós mesmos e para glorificar ao nosso Deus. Você não experimentou qualquer bênção?
Não tem atravessado nenhum rio sendo sustentado pela presença divina?
Não tem caminhado através de algum fogo, tendo saído ileso?
Não tem sido livrado em seis tribulações? Sim, e na sétima, não lhe ajudou o Senhor?
Você tem carecido completamente de manifestações?
O Senhor nunca tem falado contigo, assim como falou a Abraão, em Manre?
Não tem lutado contigo, como o anjo que lutou com Jacó em Peniel?
Nunca pisou nas brasas ardentes, como os três jovens santos que passeavam na fornalha?
Oh amado, Ele tem se manifestado para nós e como não se manifestaria ao mundo? Não se esqueça desses eventos. Nunca pare de se alegrar neles. Você nunca recebeu qualquer favor seleto?
Nunca tem lhe escutado e nunca respondeu aos seus pedidos, o Deus que atendeu o desejo do coração de Salomão?
Nunca foi saciado com a graça abundante da qual Davi cantou; "É Ele que sacia de bens a tua boca para que a tua mocidade se renove como a da águia"?
Nunca tens sido conduzido para descansar em verdes pastos? Você nunca esteve ao lado de águas tranquilas?
Certamente, amados, a bondade de Deus exibida em tempos antigos tem sido repetida conosco. As manifestações de Sua graça para aqueles que já passaram para a glória foram renovadas para nós, e a misericórdia libertadora como foram sentidas por eles, não são desconhecidas por nós, sobre quem os fins dos séculos têm chegado.
Portanto, peço-lhes queridos amigos, que por um tempo, enquanto lhes falo, que corrijam seus pensamentos sobre sua conexão com Deus; e como nos lembramos de Samuel reunindo as pedras e dizendo "Até aqui nos ajudou o Senhor". Dizem que a ênfase na palavra " nós" é destacada, e se puderem colocá-la no singular poderia ser dito "Até aqui me ajudou o Senhor"; o que seria muito melhor.
Além disso, é um exercício muito agradável lembrar as várias maneiras com que os santos gratos gravavam seu reconhecimento. Quem poderia olhar sem prazer para o altar que Noé construiu, depois que foi poupado do dilúvio? Não encantamos frequentemente nossos olhos ao lembrar que Abraão construiu um altar e chamou-lhe "Jeová Jireh”, “Na montanha do Senhor será provido"?
Já não lemos com intensa satisfação sobre Jacó, quando tomou a pedra que pusera debaixo da cabeça, derramou azeite sobre ela, e invocando o nome de Deus, chamou o nome daquele lugar Betel?
Quem não ficou eufórico com a música marcial cantada ao pandeiro de Miriam, e as notas gloriosas do cântico de Moisés no Mar Vermelho?
E nós não paramos e olhamos para as doze pedras erguidas no meio do Jordão por Josué, quando as águas que vinham de cima pararam, para que as hostes de Israel pudessem atravessar o rio em terra seca?
Certamente irmãos, temos nos alegrado com esta pedra que Samuel chamou de “Ebenézer”.
E, ao considerar as várias maneiras com que os santos de Deus registraram Sua misericórdia nos tempos antigos, nós sentimos uma grande satisfação em contemplar a perpetuidade da glória de Deus, como uma amostra de prova de todos os Seus milagres a todas as gerações.
Oh, não seria igualmente agradável e ainda mais benéfico para nós, que gravássemos as obras poderosas do Senhor como as vimos? Não devemos construir um altar ao Seu nome ou compor suas misericórdias em uma canção? Não devemos tomar o ouro puro da gratidão, as joias de louvor, e torná-los em outra coroa para a cabeça de Jesus?
Nossas almas não devem produzir uma música tão doce e alegre como a que sempre saía da harpa de Davi?
Não deveriam os pés de nossa gratidão pisar tão levemente como Miriam, quando guiou as filhas de Israel? Não temos formas de louvar a Deus? Existem métodos através dos quais podemos expressar a gratidão que sentimos por dentro?
Estou seguro de que podemos fazer uma oferta ao nosso Senhor; podemos atender ao nosso Amado com vinho aromático. Espero que neste dia, nossa alma possa idealizar de alguma maneira como registrar as obras poderosas do Senhor e transmitir às gerações futuras nosso testemunho da Sua fidelidade e Sua verdade.
Então, no espírito dessas duas observações, contemplando a mão de Deus sobre nossa própria vida, e reconhecendo essa mão com alguma constância de apreciação, eu, ministro de vocês, levado pela graça divina para pregar esta manhã o quingentésimo de meus sermões impressos, publicados semana após semana, erijo a Deus minha pedra de Ebenézer.
Eu dou graças a Deus, dou graças humildemente, mas ainda assim, eu o faço muito alegremente, por toda a ajuda e apoio brindados no estudo, e pela pregação da palavra a estas grandes congregações, através da voz, e depois a muitas nações através da imprensa. Eu levanto minha pedra por sinal, na forma deste sermão. Meu lema neste dia será o mesmo de Samuel "Até aqui nos ajudou o Senhor." E como a pedra do meu louvor é muito pesada para que eu a levante sozinho, eu lhes peço, meus companheiros no dia da batalha e colegas de trabalho na vinha de Cristo, para se juntarem a mim para expressar gratidão, enquanto juntos levantamos a pedra memorial e dizemos "até aqui nos ajudou o Senhor."
Há três coisas sobre as quais quero falar; três coisas, mas elas são apenas uma. Esta “pedra de ajuda” (significado de Ebenézer) chama para a reflexão sobre o lugar onde foi erigida, por ocasião, e sobre a inscrição que levava.
I. Primeiro então, pode ser encontrada uma valiosa instrução, muita motivação para um devoto agradecimento no local onde a PEDRA de Ebenézer foi elevada.
Vinte anos antes Israel tinha sido derrotado nesse campo. Vinte anos antes, Hofni e Finéias, os sacerdotes do Senhor, foram assassinados naquela terra, a arca do Senhor foi sequestrada, e os filisteus triunfaram. Foi bom lembrar da derrota que tinham sofrido, e mesmo em meio à vitória alegre deveriam se lembrar que a batalha teria se tornado uma derrota, se o Senhor não tivesse estado do seu lado. Irmãos, devemos lembrar de nossas derrotas. Temos esquecido que quando saímos em nossa força, determinados a subjugar nossas corrupções, descobrimos que éramos fracos como água?
Tens te esquecido de quando te apoiavas na arca do Senhor, quando descansavas nas cerimônias e ordenanças, e não na Rocha da tua salvação?
Tens esquecido, eu pergunto, quão envergonhado você ficava diante de seus pecados e não poderia encontrar qualquer lugar de refúgio para protegê-lo contra seus adversários?
Temos esquecido de nossas miseráveis falhas na pregação e oração, quando não dependíamos de Deus para obter a nossa força?
Oh, aqueles tempos de gemido, quando ninguém deu crédito à nossa mensagem, porque o braço do Senhor não se manifestou! Eu trago à mente todas os meus fracassos, enquanto estou nesta montanha de alegria. Não há dúvida de que, no campo de Ebenézer estiveram os túmulos de milhares de combatentes que morreram na luta.
Que os túmulos de nossos elevados conceitos do passado, as sepulturas da nossa confiança em nós mesmos, os túmulos de nossa força e jactância na criatura, nos encorajem a louvar o Senhor que até aqui nos ajudou. Talvez naquele lugar houvesse um troféu levantado pelos filisteus injuriosos. Oh, que a recordação da jactância do adversário quando dizia "Aha! Aha!" penetre em nossos ouvidos para adoçar o grito de triunfo enquanto glorificamos o Deus de Israel!
Você já fez algo para Deus?
Não teria feito nada sem Ele. Olhe para suas derrotas anteriores.
Você vai voltar vitorioso?
Você teria retornado arrastando suas roupas na lama, e desonrado com seu escudo, se Deus não estivesse do seu lado. Oh, vocês que têm mostrado sua fraqueza, talvez alguma queda terrível, ou alguma decepção triste; a memória do lugar onde foram vencidos lhes constrangerá a louvar ao Senhor, que lhe tem ajudado neste dia a triunfar sobre seus adversários.
O campo entre Mizpá e Sem, também refrescaria sua memória sobre seus pecados, pois foi o pecado que lhes tinha vencido. Se o seu coração não tivesse sido capturado pelo pecado, sua terra nunca teria sido capturada pelos filisteus. Se eles não tivessem dado as costas para o seu Deus, não teriam virado as costas diante dos filisteus, no dia do conflito.
Irmãos, lembremo-nos de nossos pecados; eles vão servir como uma folha negra sobre a qual reluzirá mais intensamente a misericórdia de Deus. A fertilidade do Egito é maravilhosa, apesar da sua proximidade com as areias da Líbia, que a cobririam completamente se não fosse pelo rio Nilo.
É maravilhoso que Deus seja tão bom para você e para mim, que somos tão rebeldes; é um milagre dos milagres! Eu não conheço uma palavra que possa expressar a surpresa e o assombro que nossa alma deveria sentir diante da bondade de Deus para conosco.
Nossos corações atuam como prostitutas; nossas vidas estão longe de serem perfeitas; nossa fé está quase extinta; nossa descrença muitas vezes é prevalente; nosso orgulho ergue sua maldita cabeça; nossa paciência é uma planta enfermiça quase queimada pela geada de uma noite; nosso valor é um pouco melhor do que a covardia; nosso amor é fraco; o nosso ardor é tão frio como o gelo.
Oh, meus amados irmãos, se apenas pensarmos sobre cada um de nós, veremos que massa de pecado somos; se refletirmos que depois de tudo, somos apenas como escreve um dos pais da Igreja "mulas ambulantes", nós ficaríamos surpresos de fato, que o sol da graça divina continue brilhando tão perpetuamente sobre nós, e que a abundância de misericórdia do céu seja revelada em nós! Oh, Senhor, quando nos lembramos do que poderíamos ter sido, e aquilo que realmente temos sido, devemos dizer; "Glória seja ao benigno e misericordioso Deus, que até aqui nos ajudou."
Além disso, esse lugar iria lembrá-los de suas aflições. Quão triste capítulo na história de Israel é aquele que segue a derrota infligida pelos filisteus! O bom e velho Eli, você vai se lembrar, caiu para trás e quebrou o pescoço, e sua nora em suas dores de parto clamou por causa de seu filho, "Icabode, porque é passada a glória de Israel, por a arca de Deus ter sido tomada. "
Suas colheitas foram capturadas por ladrões, e suas vinhas foram cortadas por mãos estranhas. Israel experimentou vinte anos de uma aflição profunda e amarga. Poderiam ter dito com Davi, "Passamos pelo fogo e pela água; homens efetivamente cavalgaram sobre a nossa cabeça."
Bem amigos, que a recordação de nossas aflições também nos inspire a sentir um agradecimento mais profundo, enquanto erguemos a pedra de Ebenézer.
Temos tido nossas aflições como Igreja. Devo lembrar-lhes sobre o nosso dia lúgubre e escuro? Jamais poderia ser apagado da nossa memória, o tempo da nossa aflição e tribulação. A morte penetrou pelas nossas janelas, e a consternação se apoderou de nossos corações. Não falaram mal de nós todos os homens? Quem poderia nos dar uma palavra de alento?
O próprio Senhor nos afligiu, e nos quebrantou no dia da sua ira; assim nos pareceu então. Ah, Deus, você sabe quão grandes têm sido os resultados que fluíam a partir daquela terrível calamidade, mas a memória não poderia ser apagada de nossas almas, mesmo no próprio céu. Ao evocar a noite de confusão e aquelas longas semanas de calúnias e abusos, vamos erigir uma grande pedra diante do Senhor, e escrever nela "Até aqui o Senhor nos ajudou". Pouco, creio, logrou o diabo, mediante aquele golpe de mestre. Pequeno foi o triunfo que conseguiu por este ato de malícia.
Maiores multidões já se reuniram para ouvir a palavra, e alguns desses estão aqui presentes, pois de outra forma nunca teriam ouvido a pregação do Evangelho; eles permanecem como monumentos vivos do poder de Deus para salvar. De toda as coisas más, têm provindo um bem, pois podemos sempre apontar a catástrofe do Surrey Hall como um dos maiores bens que já aconteceu neste bairro, apesar dos sofrimentos que trouxe consigo.
Este fato em particular é apenas uma amostra dos outros, pois a regra do Senhor é extrair o bem do mal, a fim de demonstrar Sua sabedoria e enaltecer Sua graça. Oh, vocês que têm se levantado de leitos de dores, que têm sido dobrados pela dúvida e pelo medo, que foram consumidos pela pobreza, ou que têm sido caluniados, ou têm sido aparentemente abandonados por seu Deus; se neste dia a glória da graça de Deus repousar sobre você, pegue a pedra e derrame óleo sobre ela, e escreva lá: "Ebenézer, até aqui nos ajudou o Senhor.”
Enquanto consideramos a peculiaridade da localização, devemos notar que como tinha sido o local de sua derrota, de seu pecado e sua aflição, mas agora com a vitória, foi o lugar de seu arrependimento. Observem amados, que foram convocados a se arrepender e confessar seus pecados, para se livrar de seus falsos deuses e expulsar de suas casas e seus corações a Astarote.
Foi ali que viram a mão de Deus e foram induzidos a dizer "Até aqui nos ajudou o Senhor." Quando você e eu somos mais diligentes para caçar o pecado, então Deus corajosamente faz caírem nossos inimigos. Vocês cuidam do trabalho no interior e vencem o pecado, e Deus vai cuidar do trabalho no exterior, e vencer seus problemas e suas tribulações.
Ah, queridos amigos, ao levantar esta pedra lembrando como Deus nos ajudou, derramemos lágrimas de tristeza rememorando quão ingratos temos sido. A penitência e o louvor devem sempre cantar em coro na terra.
Assim como em algumas de nossas músicas há duas ou três partes, vamos necessitar sempre que o “Arrependimento” assuma as notas baixas, enquanto a "Fé" em louvor assume as notas mais altas da divina escala musical de "Gratidão". Sim, com nossa alegria pela culpa perdoada lamentamos ter perfurado o Salvador, e com nossa alegria pelas graças fortalecidas e por uma experiência amadurecida, teremos que lamentar a ingratidão e a incredulidade.
Até aqui o Senhor ajudou você, contudo você disse uma vez, "Meu Deus se esqueceu de mim." Até aqui, o Senhor vai dar uma ajuda, no entanto você murmurou e se queixou dEle. Até aqui, o Senhor lhe socorreu, contudo você o negou uma vez como Pedro. Até aqui, o Senhor lhe socorreu, no entanto seu olho tem se desviado para a vaidade, sua mão tem tocado o pecado e seu coração tem sido lascivo. Arrependamo-nos meus irmãos, pois é através de nossas lágrimas que percebemos melhor a beleza destas palavras de gratidão, "Até aqui o Senhor nos ajudou".
Devem lembrar-se também, que Ebenézer foi o local de lamentação pelo distanciamento do Senhor. Eles se reuniram para orar a Deus, pedindo-lhe para regressasse a eles. Certamente veremos a Deus, se tão somente o desejarmos ansiosamente. Quão agradável é ver uma Igreja ansiosa por avivamentos, pedindo a Deus que venha a ela!
Vocês sabem irmãos, que sem Deus as ordenanças nada são, porque não podem ser satisfeitos com a letra morta e seca, senão que querem realmente ter o poder e a presença de Deus; então não passará muito tempo antes de que o tenham. Então, enquanto vocês e eu expressamos gratidão pelo passado, façamos outra oração a Deus pedindo uma graça renovada. Se você pessoalmente, perdeu a luz do Seu rosto, ore pedindo isto essa manhã.
"Retorna, oh Santa pomba, retorna,
Doce mensageiro do descanso!
Eu odeio os pecados que te entristecem,
E que te afastaram de mim".
E se fosse toda a Igreja, se em qualquer medida nosso amor tivesse se esfriado e o espírito de conversão e santificação houvesse partido, elevemos esta oração:
"Salvador, visita sua plantação;
Concede-nos, Senhor, uma chuva graciosa!
Tudo ficará deserto,
A menos que Você regresse;
Senhor, vivifica-nos,
Toda a nossa ajuda deve vir de Você!”
O lugar de avivamento deve ser o lugar de uma gratidão piedosa.
Naquele dia, também Mispa foi o local de um pacto renovado; seu nome significa a “torre de vigia”. Essas pessoas, eu digo, se reuniram para renovar sua aliança com Deus e esperar por Ele como em uma torre de vigia. Sempre que o povo de Deus voltar seu olhar para o passado, deveria renovar sua aliança com Deus.
Coloque de volta a sua mão na mão de Cristo, você, santo do Altíssimo, e se entregue a Ele novamente. Suba até sua torre de vigia e esteja atento à vinda do seu Senhor. Veja se há pecado dentro de você, se há tentação fora de você, algum dever negligenciado, ou uma letargia que se arrasta cautelosamente em direção a você. Venha para Mispa, à torre de vigia; venha a Mispa, o local de renovação da aliança, e depois tome sua pedra e diga; "Até aqui o Senhor nos ajudou".
Penso que o lugar onde Samuel disse "Ebenézer" era, em muitos aspectos, extremamente semelhante à posição que ocupamos hoje. Eu não creio que os israelitas poderiam dizer com mais intensa alegria do que nós, "Ebenézer"!
Temos cometido muitos pecados, tivemos muitas aflições e algumas perdas por causa da nossa própria loucura. Eu espero que tenhamos nos humilhado diante de Deus, nos lamentado por Ele, e queremos contemplá-Lo e habitar muito perto dEle. Que nossa alma bendiga verdadeiramente o Seu nome enquanto renovamos o pacto neste dia, enquanto chegamos à torre de vigia e esperamos ouvir o que Deus, o Senhor vai nos dizer. Vamos, então nesta grande casa que a graça do Senhor tem edificado para nós, e cantemos juntos "Até aqui nos ajudou o Senhor."
II. Agora vamos mudar de assunto, e considerar OCASIÃO DA ELEVAÇÃO DESTE MEMORIAL.
As tribos desarmadas haviam se reunido para adorar. Os filisteus foram informados da reunião, e suspeitaram de uma revolta. Uma revolta não foi contemplada no momento, mas certamente o coração do povo nutria a esperança de que seria libertado de uma maneira ou de outra. Sendo os filisteus, como nação muito inferiores em número aos filhos de Israel, teriam a desconfiança natural que permeia os opressores fracos. Se deve haver tiranos, que sejam fortes, porque eles nunca são tão receosos e cruéis como esses pequenos déspotas que estão sempre temendo alguma rebelião.
Ao ouvir que o povo havia se reunido, os filisteus resolveram atacá-los, e fixem isto: atacar um grupo desarmado que se reuniu para o culto. As pessoas ficaram alarmadas, e era natural que estivessem, porém Samuel, o profeta de Deus estava à altura da ocasião. Ele ordenou-lhes para trazer um cordeiro; eu não sei se o cordeiro era oferecido de acordo com os ritos de Levítico, no entanto os profetas de todas as idades tinham o direito de renunciar às leis ordinárias.
Isso foi para mostrar que a dispensação legal não era permanente, que havia algo que era superior ao sacerdócio de Arão, de tal maneira que Samuel e Elias, os homens em quem Deus habitava expressamente, eram mais poderosos do que os sacerdotes que oficiavam ordinariamente no santuário. Samuel toma o cordeiro, coloca-o no altar, o oferece, e quando a fumaça subiu para o céu, Samuel fez uma oração. A voz do homem recebe uma resposta da voz de Deus; um grande trovão deixou os filisteus apavorados, e saíram em fuga.
Eu acho que temos estado em circunstâncias semelhantes. Vejam o paralelo. O cordeiro obteve a vitória. Assim que o cordeiro foi morto e fumaça subia para o céu, a bênção começou a descer sobre os israelitas e a maldição caiu sobre o inimigo. "Eles perseguiram os filisteus" -notem as palavras "os feriram até abaixo de Bete-Car", que quando traduzido significa "casa do Cordeiro." Ao oferecer o cordeiro, os israelitas começaram a lutar contra os filisteus e os mataram até chegarem à Casa do Cordeiro. Irmãos, se temos feito algo por Cristo, se temos conseguido algumas vitórias, se algumas almas nesta casa foram convertidas, se alguns corações foram santificados, se alguns espíritos abatidos têm sido consolados, deem testemunho de que tudo tem sido graças ao Cordeiro.
Quando temos representado a Cristo sacrificado, descrito as agonias que Ele sofreu na cruz, e tentado pregar de forma completa, ainda que debilmente, a grande doutrina de Seu sacrifício substitutivo, quando o temos exposto como a propiciação pelos pecados, é então que as vitórias têm começado.
E quando temos pregado a Cristo ascendendo ao alto, levando cativo o cativeiro, quando temos nos gloriado no fato de que Ele sempre vive para interceder por nós, e virá para julgar os vivos e os mortos; se algum bem tem sido alcançado, o tem sido por meio do Cordeiro imolado, ou também do Cordeiro exaltado.
Observem queridos amigos, que quando levantamos o nosso Ebenézer, esta manhã, nós o fazemos lhe honrando. "Ao Cordeiro, uma vez imolado seja a glória para todo o sempre". Vocês têm vencido seus inimigos, feito morrer seus pecados e dominado suas dificuldades. Como tem sido isto?
Desde o altar daquele Cordeiro sangrando, continuando até o trono dAquele que há de reinar pelos séculos dos séculos, o caminho inteiro tem sido manchado com o sangue vermelho de seus inimigos; vocês têm vencido pelo sangue do Cordeiro. O Cordeiro os vencerá. O que cavalga no cavalo branco vai adiante de nós; Seu nome é o Cordeiro. Todos os santos vão segui-Lo em cavalos brancos, e sairão vencendo e para vencer. "Ebenézer, até aqui o Senhor nos ajudou". Mas a ajuda tem sido sempre através do Cordeiro, o sangrante, o vivente, o Cordeiro reinante.
Assim, como naquela ocorrência o sacrifício foi exaltado, assim também foi reconhecido o poder da oração. Os filisteus fugiram unicamente em virtude da oração. Samuel orou ao Senhor. Eles lhe haviam dito; "Não cesses de clamar por nós ao Senhor nosso Deus." Irmãos, demos o nosso testemunho esta manhã de que, se você tem logrado fazer algum bem aqui, isto tem sido o resultado da oração.
Muitas vezes consolou o meu coração, a lembrança das orações oferecidas em nossa casa antiga, de reunião em New Park Street. Que súplicas escutei lá; que gemidos de espíritos que lutavam em oração! Temos conhecido tempos em que o ministro não teve a coragem de dizer uma palavra, porque suas orações a Deus o tinham quebrantado, impedindo sua expressão, e de bom grado tem pronunciado uma bênção e lhes enviado para suas casas, porque o Espírito de Deus estava tão presente que dificilmente era o tempo de falar ao homem, senão unicamente de falar a Deus. Não creio que tenhamos sempre aqui, o mesmo espírito de oração, contudo nisto me alegrarei e o faço; não sei onde você pode encontrar mais exercitado o espírito de oração do que neste lugar.
Eu sei que vocês sustentam minhas mãos no alto, que são como Arão e Hur no topo da colina. Eu sei que vocês intercedem diante de Deus para a conversão desse bairro e para a evangelização desta grande cidade. Jovens e velhos, vocês realmente se esforçam em conjunto para que venha o reino e a vontade do Senhor seja feita. Mas, não devemos esquecer, ao olhar para esta vasta Igreja, com dois mil membros ou mais, andando no temor de Deus; não devemos esquecer que este aumento veio como resultado da oração, e que ainda na oração é que a nossa força deve se apoiar.
Exorto-vos diante do Altíssimo, que nunca dependam de meu ministério. Que sou eu? Que há em mim? Eu falo, e quando Deus fala através de mim, eu falo com um poder desconhecido para os homens em quem não habita o Espírito, mas se Ele me deixa, eu não sou tão fraco como os outros homens, porém mais fraco do que eles, porque não tenho a sabedoria que vem com a idade, não tenho o conhecimento humano, não recebi qualquer título na universidade, e eu não tenho o reconhecimento de horas acadêmicas.
Se Deus fala através de mim, Ele deve receber toda a glória; se Ele salva almas através de um ser tão frágil, Ele deve receber toda a glória. "Dê ao Senhor glória e poder"; coloque cada partícula de honra a seus pés. Mas continuem a orar, interceder diante de Deus por mim, para que Seu poder ainda seja visto, e que Seu braço continue intervindo com poder nesta obra. Devemos recordar a oração que tem sido ouvida, quando levantamos o nosso Ebenézer e digamos "Até aqui nos ajudou o Senhor."
Além disso, assim como houve oração e sacrifício têm que lembrar que em resposta ao aroma suave do cordeiro e a doce fragrância da intercessão de Samuel, o Senhor saiu para derrotar seus inimigos. Eu não leio que Israel explodiu em um grito de guerra. Não, eles não teriam sido ouvidos pelos filisteus em meio daqueles fortes trovões.
Somos informados que Israel se lançou à batalha, mas não foi seu arco ou lança ou espada, que conseguiram a vitória. Ouçam, meus irmãos, a voz de Deus é ouvida! Esmaguem, esmaguem! Onde estão agora vocês filhos de Anaque?
Os céus se estremecem, a terra treme, as antigas colinas se humilham, pássaros do ar voam para os covis da floresta para se esconder lá, as cabras tímidas sobre as montanhas buscam as fendas dos penhascos. Os trovões retumbam até que um monte responde ao outro com um sonoro espanto.
De rochedo para rochedo saltam os relâmpagos, e os filisteus estão cegados por eles e chocados; depois fogem. "Esforcem-se, ó filisteus, e sejam homens, para que não venham a se tornar servos dos hebreus". Resistam como homens, porém a menos que sejam deuses, agora devem tremer. Onde estão seus escudos e suas laças adornadas?
Onde estão suas lanças e seu brilho? Façam agora com que suas espadas refuljam fora de suas bainhas; enviem agora seus gigantes e seus escudeiros! Façam agora com que seus Golias desafiem o Senhor Deus dos Exércitos! Ah! Ah! Vocês são agora como mulheres; Tremem, desfalecem! Vejam, vejam! Eles viram as costas e fogem diante dos homens de Israel, a quem somente consideravam como escravos. Fogem; o guerreiro foge e o coração orgulhoso se encolhe, e o homem valente foge como uma pomba tímida para seu esconderijo. "Glória ao Senhor Deus de Israel: Sua própria mão direita e seu braço santo lhe deram a vitória."
Amados, se qualquer bem tem sido alcançado, ou se vocês e eu temos derrotado o pecado, como isto tem sido?
Não por nossa força ou nosso poder, mas pela voz gloriosa de Deus. Ele troveja quando o evangelho é pregado verdadeiramente. Quando falamos de Jesus crucificado, o som produzido pode ser tão fraco como a voz de uma criança, mas Deus troveja, e digo-vos, amigos, que o trovões de Deus, nunca feriram o coração dos filisteus como o Evangelho de Cristo fere o coração dos pecadores convictos.
Quando pregamos e Deus abençoa a pregação, esta se converte nos raios de Deus, nos flashes de fogo divino, no brilho da sua lança, pois os filisteus nunca foram tão feridos com o clarão do relâmpago em seus rostos, do que os pecadores quando a lei de Deus e o Evangelho brilham em seus olhos entenebrecidos.
Mas, a Deus seja a glória, a Deus, a Deus e somente a Deus! Nem uma palavra para o homem, nem uma sílaba para o filho do homem. "Ao que nos amou e nos lavou de nossos pecados com o seu sangue ... a ele seja a glória".
Esta é a canção dos santos perfeitos nas alturas; não seria porventura a canção dos seres imperfeitos aqui em baixo? "Não a nós, não a nós", serafins clamam enquanto cobrem seus rostos com suas asas e lançam suas coroas aos pés do Senhor. Nós temos que dizer, "Não a nós, não a nós", enquanto nos gloriamos em Seu poder e enaltecemos o Deus da nossa salvação.
III. Então essa foi a ocasião. Não preciso ficar mais tempo aqui, em vez de ir imediatamente à INSCRIÇÃO NO MEMORIAL. “Ebenézer, até aqui nos ajudou o Senhor". A inscrição pode ser lida de três maneiras.
Você tem que ler em primeiro lugar, a palavra que está no meio, a palavra da qual depende todo o sentido e na qual se encontra sua plenitude. "Até aqui nos ajudou o Senhor". Notem amados, que os israelitas não ficaram parados nem se recusaram a usar suas armas, mas Deus estava trovejando enquanto eles estavam lutando, e enquanto relâmpagos estavam piscando nos olhos do inimigo, eles fizeram sentir o poder do seu aço.
Então, enquanto nós glorificamos a Deus, não devemos negar ou descartar a ação humana. Temos que lutar, porque Deus luta por nós. Devemos golpear, mas tanto o poder de bater, como o resultado de golpear deve vir do Senhor. Percebam que eles não disseram. "Até agora, ajudou a nossa espada, Samuel encorajou-nos até aqui."
Não, não, "até aqui o Senhor, nos ajudou."
Eles devem agora admitir que tudo o que é verdadeiramente grande tem que ser do Senhor. Eles não podem assumir que algo tão grande, como a conversão dos pecadores e o avivamento de uma Igreja, nunca podem ser o trabalho de um homem. No rio Tâmisa, quando a maré recua, você pode ver que há um longo trecho de lama fétida e podre, porém mais tarde a maré retorna. Pobre incrédulo, você que pensava que o rio ficaria sem água até que estivesse completamente seco e que os barcos iriam encalhar, veja mais uma vez a maré que regressa enchendo o rio alegremente outra vez.
Mas você está muito seguro de que um rio tão grande como a Tâmisa, não deve ser enchido exceto pelas marés do oceano. Então você não pode ver grandes resultados e atribuí-los ao homem.
Quando um pequeno trabalho é feito, os homens muitas vezes outorgam a si mesmos o crédito, mas quando um grande trabalho é feito, não se atrevem a fazê-lo. Se Pedro tivesse estado lançando suas redes no lado do barco e pegasse um peixe grande, ele teria dito; "Bem feito, pescador!" Mas, quando o barco estava cheio de peixes a ponto de começar a afundar, ele não podia pensar assim então. Não, antes caiu de joelhos e disse; "Afasta de mim, Senhor, porque sou um homem pecador."
A grandeza do nosso trabalho nos compele a confessar que deve ser de Deus, deve ser somente do Senhor. E, queridos amigos tem que ser assim, se considerarmos o pouco com que começamos. Jacó, enquanto se preparava para atravessar o Jordão, disse; "Com meu cajado passei este Jordão, e agora volto em dois bandos."
Certamente o fato de que foram dois bandos deve ser o trabalho de Deus, pois somente Ele teria seu cajado. E não se recordam, alguns de vocês aqui presentes, que uma manhã passamos por este Jordão com um cajado? Éramos uma centena quando preguei pela primeira vez? Que quantidade de bancos vazios havia, e quão escassos eram os ouvintes. Com o cajado passamos o Jordão. Mas Deus tem multiplicado as pessoas e a alegria, até convertermos não somente em dois bandos, tornar-se não só em dois campos, senão em muitos bandos; e neste dia muitos estão se reunindo para ouvir o Evangelho pregado pelos filhos desta igreja, que têm sido engendrados e enviados por nós para ministrar a palavra de vida em muitas aldeias e vilas ao longo destes três reinos.
Glória a Deus, porque isso não pode ser uma obra do homem. Qual esforço feito somente pela mera força do homem seria igual o que é alcançado por Deus?
Então, o nome do Senhor deve ser inscrito na pedra memorial. Sou sempre muito zeloso acerca desse assunto. Se como uma Igreja e uma congregação, se como indivíduos não tributarmos toda a glória a Deus, é totalmente impossível para Deus trabalhar através de nós.
Tenho visto muitos prodígios, mas ainda não vi a um homem que arrogue a honra da sua obra a si mesmo, a quem Deus não deixa sozinho mais cedo ou mais tarde. Nabucodonosor disse; "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei?"
Contemplem aquele pobre lunático, cujos cabelos cresceram como as penas da águia e as suas unhas como as das aves; este é Nabucodonosor. E isso devem ser vocês, e haverá de ser eu, cada um à sua maneira, a menos que se contentem em dar toda a glória a Deus. Certamente irmãos, vamos ser um mau cheiro no nariz do Altíssimo, algo ofensivo, algo ainda como carniça diante do Senhor dos Exércitos, se arrogarmos alguma honra a nós mesmos.
Para que Deus envia os seus santos?
Para que sejam semideuses?
Deus faz fortes os homens para se autoexaltarem até o Seu trono?
Como, talvez o Rei dos reis te coroa de benignidade para fingir que você tem domínio sobre ele?
Como, acaso te dignificas para que usurpes as prerrogativas de Seu trono?
Não; você tem que vir com todos os favores e honras que Deus colocou em você, e arrastar-se até o pé do Seu trono e dizer; "Quem sou eu, e quem é a casa de meu pai, para que você tenha se lembrado de mim?”
"Até aqui o Senhor nos ajudou".
Eu lhes disse que este texto pode ser lido de três maneiras. O temos lido uma vez, colocando a ênfase na palavra que está no meio. Agora, ele tem que ser lido em retrospectiva. As palavras "até aqui" parecem ser uma mão que aponta nessa direção. Mirem o passado, olhem para o passado. Vinte anos, trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta, oitenta anos, "até aqui"!
Diga isso cada um de vocês. Através da pobreza, através da riqueza, da doença, da saúde, em casa, longe de casa, em terra, no mar, em honra, em desonra, em perplexidade, em alegria, em tribulação, em triunfo, em oração, na tentação, "até aqui". Juntem todas essas coisas.
Às vezes me agrada ver uma longa avenida de árvores. É muito agradável olhar de um extremo até o outro da longa paisagem, uma espécie de templo frondoso com seus pilares de galhos e folhas.
Você não pode contemplar os longos corredores de seus anos, olhar para os ramos verdes da misericórdia, e os sólidos pilares de bondade e lealdade que mantêm suas alegrias?
Será que não há pássaros cantando nos galhos? Certamente deve haver muitos. E um sol brilhante e um céu azul estão lá; e se mirar à distância, você pode ver o brilho do céu e um trono de ouro. "Até aqui! Até aqui!"
Em seguida, o texto pode ser lido de uma terceira forma: olhando o futuro. Pois quando um homem se aproxima de um determinado sinal e escreve; "até aqui", olha para trás em muito do que representa o passado, mas "até aqui" não é o fim, pois ainda tem que percorrer uma distância maior.
Mais provações, mais tentações, mais triunfos; mais orações, mais respostas; trabalho mais árduos trabalhos, mais força; mais lutas, mais vitórias; mais calúnias, mais consolações; mais leões e ursos com os quais lutar, mais garras de leão para os Davis de Deus; mais águas profundas, mais montes altos; mais tropas de demônios, mais hostes angelicais ainda. E depois vem a doença, a velhice, a morte.
Já está tudo acabado?
Não, não, não!
Vamos levantar outra pedra quando entrarmos no rio; vamos gritar lá, Ebenézer; "Até aqui o Senhor nos ajudou", porque ainda vem algo mais. Um despertar à Sua semelhança, uma promoção por esferas estreladas, harpas, canções, palmas, vestes brancas, o rosto de Jesus, a companhia dos santos, a glória de Deus, a plenitude da eternidade, a imensidão de bem-aventurança. Sim, tão certo como Deus nos ajudou aqui hoje vai nos ajudar até o final.
"Eu não te abandonarei nem te deixarei."
Então, tenham bom ânimo irmãos, e enquanto empilhamos as pedras, dizendo; "Até aqui nos ajudou o Senhor", cinjamos os lombos de nossa mente, sejamos sóbrios, e esperemos receber a graça a ser revelada em nós até o final, pois assim como tem sido, assim será para sempre.
Eu preciso de um pouco de azeite para derramá-lo sobre esta coluna de pedra; eu preciso de um pouco de azeite. Jacó derramou azeite sobre ela e invocou o nome do Senhor. Onde posso obter o meu azeite?
Corações agradecidos, vocês tem um pouco de azeite?
Espíritos de oração, têm um pouco de óleo? Companheiros de Jesus, vocês tem um pouco de azeite?
Você que tem comunhão com Ele dia e noite, tem um pouco de azeite?
Derramem-no, então.
Quebrem seus vasos de alabastro, ó vocês, Marias. Derramem suas orações com a minha nesta manhã. Ofereçam a sua ação de graças, com as minhas agradecidas expressões de reconhecimento. Aproxime-se cada um de vocês, e derrame hoje este azeite sobre este Ebenézer. Eu preciso de um pouco de azeite e gostaria de saber se posso obtê-lo a partir do coração que está lá.
Oh, diz alguém, meu coração é uma pedra dura. Eu li na Escritura que o Senhor extraiu azeite da pederneira. Oh, que houvesse uma alma que fosse levada a acreditar em Cristo esta manhã, que algum coração se rendesse a Cristo hoje!
Por que não haveria de ser assim? Porque não?
O Espírito Santo pode derreter a pederneira e mover montanhas. Jovem, quanto tempo nós temos que pregar para você, quanto tempo nós temos que convidá-lo, quanto tempo temos que pedir e implorar?
Será este o dia em que você cederá?
Você diz; "eu não sou nada"? Então Cristo é tudo. Toma-o, confia nEle. Eu não sei de que melhor maneira celebrar este dia de Ebenézer e ação de graças, para que alguns corações aceitem neste dia, o anel de matrimônio do amor de Cristo, e sejam prometidos ao Filho de Deus para todo o sempre. Que Deus conceda que assim seja. Assim será, se orarem pedindo com corações verdadeiros.
E a Deus seja a glória para sempre. Amém.
"Grande Deus, cantamos essa poderosa mão,
Que continuamente nos sustenta;
O início do ano mostra Tua misericórdia;
Que a misericórdia o coroe até seu encerramento.
De dia, de noite, em casa, fora de casa,
Continuamos sendo guardados por nosso Deus;
Alimentados por Sua abundância incessante,
Guiados por seu conselho infalível.
Com corações agradecidos reconhecemos o passado;
O futuro, desconhecido para todos nós,
Entregamos ao seu cuidado guardião,
E tranquilos, colocamo-nos a Teus pés.
Em circunstâncias de exaltação ou depressão,
Sê Tu a nossa alegria e nosso descanso;
Tua bondade vivificará todas as nossas esperanças,
Nós Te adoramos em todos os nossos dias.
Quando a morte interromper estes cânticos,
E sele nossas línguas em silêncio mortal,
Deus, nosso ajudador, em quem confiamos,
A mundos melhores nossas almas elevará."
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