Sobre o que ser sincero? Ou porquê talvez. Complicado de ver e distinguir a verdade da mentira, há tempos a mentira se tornou comum, e hoje vivemos em uma peça teatro, ninguém fala sobre o que sente, ou sobre o que pensa, talvez já não pensem em si mesmos como são, apenas na imagem que criaram, e já nem sintam tanto assim, por deixar de lado seu interno por qualquer que seja o motivo, e que ainda assim é injustificável. Então por que eu deveria ser verdadeiro? Se a cada manhã todos ao meu redor penduram mascaras em seus rostos e escrevem suas falas. E até nunca fora problema participar, já menti por amor, mas agora vejo que vivo em sombras apenas, de influencias que nem sabem que eu existo, e idealizo até o que não poderia acontecer e penso demais no que perderia e não me arrisco para descobrir o que poderia ganhar, agora calo-me por amor.
Serei sincero, não por ninguém, que vivam em suas peças estupidas, santos bastardos, se eu for algo um dia, serei por mim e que seja sempre o suficiente. E quanto interagir com as mascaras, farei com que sintam-se rasas, deixarei que meu abismo as consuma, até que decidam partir levando uma parte de tal abismo. E quando retornarem, já terão sentido o boato que vive de tempos antigos até hoje, de boca em boca, para todos que estiverem dispostos à ouvir, dispostos a se entregar e vestir a frente de quem um dia já foi não só uma mascara, mas uma mentira.
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