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Prudência
wilhelmus à Brakel

Título original: Prudence



Extraído de The Christians Reasonable Service


Por Wilhelmus à Brakel (1635-1711)

Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra



Prudência


O que o leme é para um navio, a prudência é para o exercício de todas as virtudes.
Em hebraico, temos a palavra chazuth, que significa uma visão, e é derivada de chazah, que significa ver. Desta se deriva a palavra choze, que significa vidente ou profeta. Esta palavra é usada, porque a pessoa prudente é alguém que vê tudo com antecedência, percebe tudo com antecedência, e governa suas ações em conformidade a isto.
Em grego temos phronoia, phronèsis, que é derivado de phreen, ou seja, a compreensão, a sabedoria. A partir deste derivado temos phroneo, que significa compreender, pensar, considerar, concluir, e cuidar. Assim, a palavra prudência é digna de ser devidamente estudada.
Além das citadas, a palavra acribia é utilizada, a qual é indicativa de uma diligência caracterizada por limpeza e excelência. "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios” – Akribos - (Ef 5:15).
Em nossa língua isso é indicativo de se ver à frente. Vamos lidar com essa virtude de forma abrangente, ou seja, incluindo tanto a sabedoria quanto a discrição.
A prudência é o esforço do intelecto do crente que está se esforçando para alcançar o objetivo pretendido pela utilização premeditada de meios adequados.
A prudência é apenas para ser encontrada nos filhos crentes de Deus. Os não convertidos têm uma prudência civilizada, pela qual cuidam de assuntos terrenos e mundanos. Isso é benéfico para o bem-estar de uma dada comunidade, e rentável no seu contexto, isto é, no que diz respeito aos seus efeitos que estão em causa. Isto não tem, no entanto, qualquer efeito sobre o bem-estar presente e futuro da alma. Pelo contrário, é geralmente prejudicial para a alma. Esta é a prudência dos que têm o cuidado de ganhar um níquel e, entretanto, negligenciam uma tonelada de ouro e sofrem danos. (Pois trocam as riquezas celestiais pelas terrenas – nota do tradutor). Portanto, as Escrituras chamam de tolos. "Mas Deus lhe disse: Insensato" (Lucas 12:20); "Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos" (Rm 1.22); "Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus " (1 Cor 3,19).
Os não convertidos são realmente astutos e sutis no desempenho das suas intenções: "os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz." (Lucas 16: 8); "... Pela artimanha dos homens, pela astúcia, que ficam à espreita para enganar "(Ef 4:14). No entanto, em todo este processo não há um traço da verdadeira prudência que possa ser encontrado. Contudo, os crentes têm recebido "a sabedoria que vem do alto" Tiago 3:17, e "a sabedoria dos justos" (Lucas 1:17).
Eles são portanto, chamados de "virgens prudentes" Mt 25: 2, e "servos sábios" Matt 24:45, porque eles estão familiarizados com a natureza da verdadeira felicidade e mantêm isto diante deles como seu objetivo. Eles estão familiarizados com o verdadeiro caminho e seus meios apropriados; e, entram dessa forma neste caminho e fazem uso desses meios.


O Objeto e a Natureza da Prudência


O objeto dessa virtude é o objetivo visado e os meios utilizados na prossecução desse objetivo.
O objetivo que a pessoa prudente tem em vista é múltiplo: desfrutar e glorificar a Deus; ter paz e alegria em Deus; e amor para com Deus; exercer a santidade; para abster-se do pecado; para a prática de uma determinada virtude; ser um instrumento para a conversão de um próximo; e para restaurar aquele que se perdeu e está desviado, fazendo-o por meio de repreensão, exortação, e palavras de conforto. Em uma palavra, ele tem em vista tudo o que Deus ordena em Sua lei. A pessoa prudente também faz uso ativo dos meios. Ela considera o tempo, quando é melhor tanto para evitar ou executar certas coisas.
Além disso, considera o lugar, a companhia e as pessoas entre as quais se encontra, as situações à medida que ocorrem, a maneira pela qual algo pode ser melhor realizado, e considera o que é vantajoso ou desvantajoso. Ele se deleita em seu objetivo final e, portanto, é contra atrasá-lo. Ele contempla o que deve ser feito agora, o que deve ser feito mais tarde, e qual será a melhor abordagem. Tendo determinado tanto o fim quanto os meios para alcançá-lo, ele resolve executá-los da maneira correta, e foca nessa resolução, como um carpinteiro olha para o seu projeto - de modo que possa conduzi-lo em conformidade com o que idealizou.
A natureza da prudência consiste no governo do intelecto, da vontade, dos afetos, da visão, fala, mobilidade e atividades, de modo que possam ser utilizados de forma adequada os meios designados e o objetivo determinado possa, assim, ser alcançado.
A prudência governa o intelecto e faz com que este seja focado nos assuntos que deveriam ou não ser considerados - no que é bom ou mau, agradável ou desagradável a Deus, vantajoso ou prejudicial, bem como se o objetivo intentado é lícito ou não.
Foca sobre os meios, para saber se eles são adequados ou inadequados, e se benéficos ou prejudiciais. Foca também sobre a forma de conduta, ou seja, se seria melhor ser grave ou suave, precipitado ou cauteloso, silencioso ou vocal. Uma pessoa prudente não é cega, nem má, nem tola, mas astuta e sábia.
Ele se esforça para examinar todos os assuntos e cada um dos meios completamente e sob todas as perspectivas, verifica se tudo está de acordo com a regra da Palavra de Deus.
Esta é a única regra segundo a qual ele opera; nem circunstâncias agradáveis ​​nem dolorosas podem levá-lo a desviar-se disso. Quando o intelecto percebe quão desejável e benéfica é uma dada questão, e a adequação do caminho e dos meios, a prudência também vai dirigir a vontade para amar e abraçar uma dada questão, mesmo se não fosse agradável ao nosso interesse natural e deleite.
A prudência também rege as afeições de modo que elas não vão correr na frente, e, assim, não serão nem muito suaves nem muito veementes, como elas são muito frequentemente ruinosas para um bom trabalho.
Quando tudo em nosso interior está em ordem, a prudência preserva a alma nesta condição, e ela, por sua vez começa a levar a cabo a sua intenção pelos meios ordenados para esse fim. A pessoa prudente antecipa a oposição e vai armar-se contra a mesma.
Ele vai lidar com os perigos iminentes e controlará o seu rosto, olhos, ouvidos, língua, mãos e pés, de modo que todos eles possam torná-lo apto a realizar o seu intento. Ele vai cuidar para que não seja muito severo, nem muito suave; nem muito arrogante nem demasiado tímido; nem muito modesto nem muito exuberante, mas que todas as coisas possam estar em conformidade com o objetivo em vista, o tempo, o lugar, e fazê-lo com firmeza até que o assunto seja realizado. Tal autocontrole adorna a pessoa assim ocupada, torna a atividade em si desejável, e faz com que a meta seja alcançada - apesar da magnitude da oposição e da astúcia dos adversários. A prudência não faz com que a tarefa em mãos seja negligenciada, mas se dirige na realização da mesma.


A Causa Motora da Prudência


A causa motora da prudência é somente Deus. Por natureza o homem é tolo (Tito 3: 3) e orgulhoso (2 Timóteo 3: 4). No entanto, o Senhor concede a Seus filhos sabedoria prudente: "Ele dá a sabedoria aos sábios e conhecimento aos que conhecem o entendimento" (Dan 2:21).
Davi estava desejoso desta virtude. Percebendo sua tolice, no entanto, e sabendo que só o Senhor concede essa sabedoria, ele orou: "Dê-me entendimento, para que aprenda os teus mandamentos" (Sl 119: 73).
Uma pessoa piedosa melhora essa virtude infundida:
(1) por meio da Palavra de Deus, fazendo-o não somente através de pesquisa, mas também por fazer isto. "Sou mais entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus preceitos." (Sl 119: 100); "Então não ficarei confundido, atentando para todos os teus mandamentos."(Sl 119: 6).
(2) Ao considerar cuidadosamente a questão antes de empreende-la. "Da soberba só provém a contenda; mas com os que se aconselham se acha a sabedoria." (Pv 13:10), e considerando enquanto se engaja na tarefa, "Porque a minha boca profere a verdade" (Pv 8: 7).
(3) Por meio da experiência; isto é, por ter cuidado em lembrar onde falhou anteriormente. Se uma tarefa deve ser realizada de novo, então, (por causa da experiência anterior) evitará aquilo em que errou.
(4) Por consultar outros em assuntos importantes. O bom conselho será, assim, dado a nós, ou pode ocorrer que uma boa solução venha ao nosso encontro. "Onde não há conselho, frustram-se os projetos; mas com a multidão de conselheiros se estabelecem." (Pv 15:22). É desta maneira que a pessoa prudente realiza sua tarefa.


A Prudência é Soberanamente Exaltada nas Escrituras


A prudência é uma grande virtude que é muito elogiada e altamente recomendada na Palavra de Deus, e é dada como um dom extraordinário aos filhos de Deus. É elogiada como sendo um ornamento excepcional: "Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha." (Mt 7:24); "Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o senhor pôs sobre os seus serviçais, para a tempo dar-lhes o sustento? Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar assim fazendo. Em verdade vos digo que o porá sobre todos os seus bens." (Mt 24: 45-47); "Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas ... e as que estavam preparadas entraram com ele para o casamento." (Mt 25: 4-10).
Ela é encarecidamente recomendada: "Sede, pois, prudentes como as serpentes" (Mt 10:16); "Portanto, vede prudentemente como andais" (Ef 5:15); “Exorta os velhos a que sejam temperantes, sérios, sóbrios, sãos na fé, no amor, e na constância; as mulheres idosas, semelhantemente, que sejam reverentes no seu viver, não caluniadoras, não dadas a muito vinho, mestras do bem, para que ensinem as mulheres novas a amarem aos seus maridos e filhos," (Tito 2: 2-4). " irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos,"(Lucas 1:17); "Que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência" (Ef 1: 8).


Uma Chamada ao Autoexame


O que foi apresentado anteriormente é um espelho adequado para convencer tanto não convertidos quanto convertidos quanto à sua necessidade ou grande deficiência neste assunto.
O não convertido será capaz de ver claramente a partir do que foi dito:
(1) Que não tem sequer um olho sobre os benefícios espirituais mencionados acima. Você deseja ter comunhão com Deus, ter alegria e paz em Deus, ter um coração terno, para preservar a paz espiritual no interior do seu coração, e viver como tal? Você tem o desejo da santidade verdadeira e exercer todos os tipos de virtudes em uma maneira espiritual? Você teme o pecado? É seu desejo brilhar como uma luz na escuridão e ser um ornamento na Igreja? Você está convencido de que isso não é o seu objetivo mais desejável, e que não o está perseguindo como seu objetivo? Portanto, você não tem qualquer uso da prudência espiritual, nem tem qualquer necessidade disso; você não a possui e nem a busca.
(Nota do tradutor: estas exortações do autor visavam precipuamente às pessoas que congregavam nas igrejas e que permaneciam não convertidas. Ele as incentiva, portanto, a buscarem a conversão real a Cristo, pela qual também lhes seria concedida não somente a bênção da prudência como todas as demais virtudes e dons do Espirito Santo. Acrescente-se a isto que deve ser considerado que ao assim se dirigir aos não convertidos o autor não estava tentando mostrar que os convertidos seriam uma espécie de casta separada e privilegiada por si mesma e próprios méritos, até mesmo porque também eram não convertidos como todos os demais antes de terem sido salvos por Cristo. Sua intenção não é portanto a de excluir, senão a de incentivar aqueles que pensavam estar na posse de algo, a entrarem de fato na posse propriamente dita. Temos então um apelo misericordioso para convencer àqueles que se encontravam em trevas para virem para luz, e da morte espiritual para a vida eterna.)
(2) Que você é tolo ao ver-se, à luz desta virtude. Muitos de vocês não têm mesmo progredido tão longe como as virgens loucas que se juntaram às virgens prudentes, estavam desejosas de entrar com o noivo e, não tinham azeite em suas lâmpadas.
Outros são apenas como elas: Eles vão à igreja e têm uma esperança a respeito da salvação; no entanto, não têm azeite, eles não têm a vida eterna e nem a fé. Eles não estão preocupados com isso, mas negligenciam a sua oportunidade, são sonolentos e descuidados, e acordam quando já é tarde demais. Você deve, portanto, perceber que você deve numerar-se entre as virgens tolas da parábola, e que você é como o construtor insensato, que edificou a sua casa sobre a areia (Mt 7:26).
(3) Que, em vez de ser prudente, você é tolo e ignorante da felicidade a ser atingida e do perigo que está correndo - perecer para sempre, e que você se apressa em direção a isso tão insensatamente. Salomão fala de tais pessoas: "O prudente vê o perigo e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena." (Pv 22: 3).
(4) Que, talvez, você nada tenha, senão a sabedoria carnal. Você é astuto e confiante em sua sabedoria como o tolo ao qual Salomão se refere, "Aquele que confia no seu próprio coração é insensato" (Pv 28:26); "Vês um homem sábio aos seus próprios olhos? Maior esperança há para um tolo do que para ele" (Pv 26:12). Você usa toda a sua prudência para concretizar seus desejos perversos e pecaminosos e pertence ao grupo das pessoas às quais Jeremias se refere: “Deveras o meu povo é insensato, já me não conhece; são filhos obtusos, e não entendidos; são sábios para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem." (Jr 4:22). Você deve, portanto, ser convencido de que despreza o que é precioso, e escolhe o que é mau; você rejeita a felicidade eterna, e o caminho perfeito e agradável que conduz a isto - entrando num caminho que é cheio de espinhos e que termina no lago da condenação. Você deve, portanto, perceber que você não é prudente, senão um grande tolo. "O tolo não toma prazer no entendimento" (Pv 18: 2); "A sabedoria é demasiadamente alta para o tolo" (Pv 24: 7).
Oh, que você despertasse ao ouvir a minha voz e ver quão imprudente você é em tão grande questão! Porque se você continuar a proceder assim, você vai ser preso no laço de sua insensatez, e seu fim será como o fim do tolo que construiu a sua casa sobre a areia (Mt 7:26). Você vai experimentar o que as virgens loucas experimentaram que encontraram a porta fechada quando queriam entrar (Mt 25:12). Então você vai ver quão tolo você foi e a forma prudente com que os piedosos se conduziram.


A Prudência Insuficiente dos Justos


A exposição de prudência também pretende ser um espelho para os piedosos que são realmente virgens prudentes, tendo escolhido a melhor parte. Se, no entanto, eles se examinarem à luz do que temos apresentado, relativamente à prudência, devem, então, ser convencidos de que são muito imprudentes!
(1) Eles são assim mornos quanto àquilo que escolheram como sua porção, essas coisas sendo tão remotas e obscuras, e seu amor por elas tão fraco.
(2) O medo de vícios também está morno.
(3) Eles não dão atenção aos inimigos que estão à espreita para tirar proveito deles.
(4) Eles se metem de forma imprudente em todos os tipos de situações e, assim, caem em pecado – em que muitos já tiveram uma experiência dolorosa.
Quão imprudentemente emprestam seus olhos e ouvidos para o que fere suas almas! Como eles são imprudentes em sua conversação, seu coração fica perturbado e outros são ofendidos! Eles ainda têm, no entanto, muita prudência carnal.
Por medo de lesões e vergonha, eles tão facilmente se abstêm de cumprir o seu dever e fazer que o que é bom.
E eles gostariam que isso fosse considerado como prudência. Eles correm em tudo que é mau deliberadamente, desde que isto seja, senão uma coisa boa que lhes interessa e que estão dispostos a realizar, dando pouca atenção ao seu estado, localização, às pessoas envolvidas, e sua maneira de realização - agindo como se ser precipitado fosse uma virtude. Na realidade, porém, este zelo procede de um desejo secreto para se ganhar o próprio caminho e honra.
Reconheça a sua imprudência e empenhe-se por melhorias.
(1) A imprudência fere sua alma. Quantos problemas e que grande sofrimento isso já lhe causou! Todo deleite e encorajamento que você poderia ter usufruído de ter se engajado prudentemente desapareceu, e a tristeza veio em seu lugar.
(2) Você estraga o bem da sua empresa, e não edifica nem tem o efeito que de outra forma teria tido.
(3) Além disso, os ímpios imediatamente o atacam por causa de sua imprudência e, assim, caluniam seu trabalho, e até mesmo o caminho da própria santidade. Portanto, se arrependa de sua imprudência, e a confesse tanto quanto você confessa outros pecados. Reflita sobre isso por algum tempo para que a sua percepção da tolice e danos da sua imprudência possam penetrar profundamente no seu coração. Assim, você vai aprender a ser prudente.


Os Santos Exortados


Portanto, você que é piedoso, levante a sua alma e faça todos os esforços para deixar toda a sua conduta ser regulada pela prudência.
Primeiro, isto é um agradável ornamento - um ornamento que os filhos de Deus possuem. É "a sabedoria dos justos" (Lucas 1:17). É uma característica exclusiva dos santos: "O conhecimento do Santo é entendimento" (Pv 9:10). Isto é a imagem do Senhor Jesus sobre quem repousa "o espírito de sabedoria e de conhecimento ..." (Is 11: 2).
Você não buscará por prudência? Não é isto bonito a seus olhos? Você não estima uma pessoa piedosa, que se conduz de forma prudente em todas as coisas, sobretudo nas mais nobres da terra? Não é o seu mais íntimo desejo se conformar com Jesus? "A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis adquire o entendimento." (Pv 4: 7).
Em segundo lugar, a prudência é uma necessidade absoluta, pois você está cercado por seus inimigos, o diabo é astuto, o mundo é enganoso, e a carne tenta de uma forma muito sutil. Você deve desistir e deixar que esses inimigos governem você, ou, então, se você deseja preservar sua vida, paz e piedade, você deve estar em guarda, prudentemente evitando as armadilhas que forem lançadas sobre você, e prudentemente realizar aquilo que o Senhor tem ordenado que faça. "Portanto, vede prudentemente, como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus " (Ef 5: 15-16).
Em terceiro lugar, a prudência fará com que você cresça e progrida de graça em graça. "Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência da sabedoria é que ela preserva a vida de quem a possui... A sabedoria fortalece ao sábio mais do que dez governadores que haja na cidade.” (Ec 7: 12,19). A prudência fará com que você desconfie de sua sabedoria e força, dependa do Senhor continuamente, e proceda em tomar nota da Sua força e agir em conformidade à mesma. Isto lhe dará doce paz e alegria, e vai uma e outra vez lhe dar uma nova força.
Em quarto lugar, isto fará com que seus esforços sejam prósperos, e sua conversação, conduta e quietude sejam reforçados.
Os ímpios não terão um efeito negativo sobre você e eles serão interiormente condenados pelo seu procedimento. O piedoso vai aprender a ser prudente pelo seu exemplo; e o seu conselho, instrução, repreensão, exortações e palavras de conforto serão muito mais efetivos.
Portanto, "A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal (isto é, com sabedoria), para que possais saber como deveis responder a cada um" (Cl 4: 6).
Estou certo de que uma pessoa piedosa que lê isto ficará encantada com a prudência, mas, ao mesmo tempo, vai se lamentar, sem saber como conseguir isso, sendo imediatamente condenada por suas ações muito imprudentes que têm estragado os seus esforços até então. O tal deve saber, no entanto, que Deus não concede toda a Sua graça santificante de uma só vez, porque Ele quer que cresçamos pelo caminho da luta. Portanto, não desanime, pois você aprenderá ao mesmo tempo, portanto, em que se envolve com as coisas do Senhor.
Em vez disso, dê ouvidos ao meu conselho e o siga.
Em primeiro lugar, ore por isso, acreditando que Deus ouvirá sua oração, que seu desejo é agradável a Ele, porque Ele é poderoso para dar isto a você, e que segundo a sua promessa Ele vai responder à sua oração naquela época e na medida, em que isto será feito segundo a Sua santa vontade e sabedoria.
Enquanto for perseverante, portanto, você vai uma vez e outra receber uma medida maior. "Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento." (Tiago 1: 5-6).
Em segundo lugar, aplique-se com muito zelo e diligência. Concentre-se sobre esta virtude, ame-a, e continuamente fixe-a diante de você, seja ativo em aprender a ser prudente, e a se exercitar como tal na sua fala e conduta. Se você tiver falhado, não desanime, mas corajosamente se esforce para melhorar a situação outra vez. Enquanto assim ocupado, você vai receber mais e mais desta virtude.
"1 Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e entesourares contigo os meus mandamentos,
2 para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento;
3 sim, se clamares por discernimento, e por entendimento alçares a tua voz;
4 se o buscares como a prata e o procurares como a tesouros escondidos;
5 então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus.
6 Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca procedem o conhecimento e o entendimento;
7 ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; e escudo para os que caminham em integridade,
8 guardando-lhes as veredas da justiça, e preservando o caminho dos seus santos.
9 Então entenderás a retidão, a justiça, a equidade, e todas as boas veredas.
10 Pois a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será aprazível à tua alma;
11 o bom siso te protegerá, e o discernimento e guardará;
12 para te livrar do mau caminho, e do homem que diz coisas perversas;” (Pv 1-12).
Em terceiro lugar, faça o seguinte:
(1) Nunca vá além dos limites da sua vocação, ou então você vai cair.
(2) Negue a si mesmo e abandone toda a honra, amor, e vantagens. A falta de negação de si mesmo irá levá-lo para a armadilha da imprudência antes que você perceba.
(3) Tenha muita comunhão com as pessoas prudentes e observe como esta virtude funciona neles.
(4) Em assuntos que você pretenda empreender ou para os quais seja chamado, sempre procure aconselhamento com o Senhor Jesus, cujo nome é Conselheiro, bem como na Palavra de Deus, procurando se existe uma regra ou um exemplo que possa lançar luz sobre isto. Se você tem um amigo do peito, consulte-o e será uma bênção para você.
(5) Mantenha sempre o seu objetivo em vista, e esteja preparado para aquilo em que seus inimigos estão à espreita. Deixe a oração de Davi ser encontrada em seu coração: "Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano." (Sl 143: 10); "Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!" (Sl 141: 3).
Amém!


Este texto é administrado por: Silvio Dutra
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