Nos conhecíamos de vista, apenas isso. Apesar de estudarmos na mesma escola, morarmos no mesmo bairro e ter alguns amigos em comum. Só sabia que ela era irmã de um conhecido meu e tinha namorado um conhecido. Lembro-me que por volta de 2011/2012, conversamos por Inbox, nada demais.Nem tivemos tempo de nos interessarmos ou se quer conhecer um ao outro. Ela sumiu e eu não procurei saber o que se passava também. Certa vez, reparei que tinha ela como amigo do Facebook e nos seguíamos no Instagram. Pude reparar, apesar de pouco me lembrar de sua face, que ela já não era mais menina. Tinha se tornado uma mulher. Vasculhei sua rede social e vi que me parecia uma mulher independente e melhor, parecia estar solteira. Isso foi apenas um dos milhões de stalkers que eu fazia dia após dia nas redes sociais de mulheres que eu me interessava. Estava em uma fase boa no que se diz respeito a masculinidade (digamos assim rs). Não tinha tempo a perder, caso não fosse algo com foco e objetivos masculinos. Certa vez, o irmão dela disse em meia conversas que ela estava realmente solteira, tirando assim qualquer dúvida que eu tivesse. Fui imediatamente ao Insta e constatei que tudo fazia sentido. Já no Facebook, por Inbox puxei conversa com ela. Educada e simpática deu continuidade a conversa e rapidamente pedi o whats dela, alegando que por ali eu não gostava de conversar ( nunca fui bom em mentir rs). Esperta, me passou seu número, sabendo que ali havia a mais pura e sincera maldade do interesse de um homem interessado em uma mulher.
Após ter o número dela, passamos a conversar dia após dia. Conversas divertidas, leves e adoráveis. Sem perceber, estávamos nos tornando presente um na vida do outro. Decidi então convidar a moça para sair, sabia que ela iria aceitar, pois nossas conversas eram muito agradáveis. Pós aceite, não conseguíamos um tempo considerável para nos encontrarmos. Até que um dia, recebi uma mensagem dela que dizia algo parecido com... "Sábado a tarde terei um tempinho. Que tal irmos no Parque Central em Santo André" ? Ela disse. Eu pensei:
- Porra, apesar de gostar de ir ao Parque, vezes para correr, outra para ir há um show. Agora um encontro? Não isso é demais. Mas por outro lado, as conversas eram tão agradáveis que apesar de arriscado poderia ser diferente e divertido. E foi!
Combinamos um horário e lá estava eu. Em frente seu portão, esperando ela para irmos passear e conversar e consegui pontuar em pleno sábado a tarde ( ah como eu estava confiante naquela tarde). Ela surgiu frente ao portão com o lixo de sua casa em mãos, deixou na lixeira e veio em direção ao meu carro. Ahh, ela estava de sapatilhas, é... eu me lembro.
Chegando no Parque o céu parecia que não iria colaborar com aqueles dois jovens. Iria chover. Não sabíamos quando mas iria. Com certeza iria. Andamos depressa pelo parque, conversando. Perguntei como tinha sido a semana dela e como foi difícil nos proporcionar aquele momento. Parei para ir ao banheiro, depois de apenas 2 ou 3 minutos quando sai do recinto, já estava ventando forte, e chovendo. Resolvemos então ficar por ali esperando a chuva passar. Era verão, tínhamos a convicção que iria passar rápido. Eis que um chuva forte veio e esperamos alguns minutos, conversando e eu fazendo ali preocupado com a situação. Enquanto isso riamos dos inúmeros cachorros e das pessoas fazendo piqueniques com aquele com seu filhos. Chovia e fazia aquele calor, típico do verão. Até que e chuva amenizou bastante ao ponto dela dizer:
-Vamos!
Eu respondi:
Mas você irá molhar todo seu pé, pois está de sapatilhas.
Ela retrucou:
-Não me importo. rs
Eu disse:
-Então vamos!
Passamos a andar ( ainda sem rolar nada). Fui mostrando o Parque todo a ela, já que ela teria ido uma única vez neste há muitos anos atrás. Contei que fui há um show da Nação Zumbi e que tinha barro e me arrebentei no bate-cabeça. Ela se impressionava, com um ar entusiasmado e não de admiração. Ela com seu jeito todo diferente, andávamos e conversávamos mas vez outra ela interrompia a conversa mas de um jeito doce dizendo os nomes das plantas. Sim, os nomes delas mas não os comuns e sim os científicos (ela estava no 3º ano de Biologia). Achei aquilo peculiar. Novamente a chuva apertou. Lembro-me que corríamos ridiculamente para de baixo da cobertura que havia na entrada do Parque, conversamos mais um pouco. Falávamos sobre tudo. Música, gastronomia e 'retardadices' que era nossa especialidade, etc. Quando de repente a chuva resolveu colaborar. Pegamos o caminho de volta, quando avistei uma arvore, bela e aconchegante. Pensei: Será ali mesmo. Não poderia deixá-la sair daquele local onde mais tarde seria marcante para nós. Sem uma forte recordação. Nos instalamos quando de repente fiz meu papel. A beijei, e modesta parte, um belo beijo. Não só por minha parte, como a dela também. Aquele beijo que encaixou, deu certo. Mas como estávamos em baixo da árvore pós chuva, obvio que "sofríamos" com as gotas, hora na cabeça, olho e claro, bem no meio de nossas bocas enquanto nos beijamos. É, nunca fomos normais. Riamos disso enquanto resolvemos ir embora, tínhamos compromisso mais tarde, cada um com o seu separadamente.
Ao deixá-la em casa, me deu um beijo e disse:
-Tchau, beijo bom!
De um jeito de mulher que não tem vergonha mas se da o respeito.
Fiz cara de desentendido, com muita pose de frente a ela. Depois gargalhei, com um ar bastante convencido quando me encontrará só em meu carro. Fui embora para minha casa pensando o que teria acontecido aquela tarde e como foi leve, divertido e como aquela moça e estudante de Biologia era diferente e agradável.
Depois de estarmos cada um em seu rolê, trocávamos fotos de cervejas e dizíamos como foi engraçado nosso encontro nada convencional. Ela me disse que ia com amigas da faculdade para a Praia, porém não na areia e água e sim no mato no dia seguinte que era um domingo. Eu tinha um encontro no domingo com outra mulher mas realmente estava cansado naquele dia pós bebedeira de sábado. Até já havia desmarcado com esta e já me conformava com aquele fim de tarde quando recebo uma mensagem dizendo:
-Estou chegando agora da Praia e queria te ver. Se tiver afim, poderíamos tomar um breja, sei lá. O que acha?
Respondi sem pensar duas vezes, já que ela tinha sido tão direta e interessada.
-Claro! Que horas passo na sua casa?
A tradicional 20:30h nunca falha e foi o que ela respondeu.
Tomei um banho, me arrumei bem melhor que o dia anterior passei meu perfume que considero Rústico e marcante e segui para a casa dela. Lembro que até postei uma foto e na legenda dizia: "Livre pra Poder Sorrir..." e usava a hashtag #tosemvergonha, (por mais ridículo que isso possa parecer agora, eu me sentia assim, estava na maldade rs).
Claro que 20:30h não foi a hora que ela estava pronta. Como toda mulher que se atrasa para se arrumar. Acho que no subconsciente das mulheres elas fazem isso para que os homens tenham mais ansiedade por vê-las.
Porém não se atrasou muito, a elogiei quando entrou no carro e ela ressaltou meu cheiro. Além do perfume o da loção que sempre passo na barba. Que acho muito importante, já que uso a barba no estilo lenhador. Então, pegamos a direção do bar e lá chegamos. Conversas, risadas e cervejas. Não irei detalhar muito essa parte da história com ela. Dai em diante vira nossa história particular que iremos contar um dia, não sabemos para quem mas iremos contar, sem dúvida.
Dia 05/12/2015 ficou marcado por ser o primeiro beijo que dei nela e tivemos nosso primeiro encontro, desde então passei a conhecer uma pessoa que é exatamente aquilo que mostrou ser em nosso primeiro encontro. Divertida, estabanada, respponsável, decidida e doce. Em muito pouco tempo ela quis ficar sério comigo e eu resolvi apostar nessa proposta dela. Tivemos inúmeros encontros. No meio de semana, finais de semanas, nos víamos de um jeito ou de outro. Passamos um Reveillon um tanto quanto divertido em uma balada de rock (foi Open bar) eu me lembro, apesar da bebedeira. Dormimos e acordamos juntos pela primeira vez, na casa de um amigo que ficava ou namorava um amiga dela na época. Ao acordar tive a sensação que estava ficando legal aquela relação. Poderia sair, beber, rir e ser quem nós éramos de verdade sem querer agradar e ainda assim parecia ser atraente ao outro. Sensação boa, acho que eu já estava me apegando a ela sem saber.
Alguns dias se passaram e situações como a mudança de casa dela e um café da tarde com toda família dela me intrigou e veio a mente as coisas que amigos, mãe e irmã dizia:
-Vocês estão namorando, só não admitem.
De fato um relacionamento, ainda que não oficial mas tínhamos.
Quando mesmo que sem saber o que era aquele "sentimento" pedi aquela moça divertida, responsável, estabanada dos olhos lindos e sorriso fácil em namoro. Ainda que sem aqueles 100% de certeza, apostei na minha intuição. Ela surpresa mas nitidamente feliz com o pedido, me beijou e se encaixou em meu colo.
Ficou toda feliz, contando para sua família e amigas que tivera um novo namorado, porém este lhe pediu em namoro, coisa que nunca houverá acontecido antes em seus antigos relacionamentos.
Como ela é maluca! Mal tínhamos começado a namorar ela já falava de termos filhos e casar. Falava de nomes e tudo. Mesmo que fosse uma brincadeira séria, pois nunca tivera escondido seu sonhos de construir uma família. Por mais maluca que me parecia, eu não discordava dela e embarcava a cada viagem que ela tinha, prolongando qualquer assunto que fosse. Isso tornava tudo leve e divertido. Dai em diante temos nossas particularidades, discussões, pontos de vista diferentes, teimosias. Mas temos respeito, somos cúmplices e companheiros. Sem dúvidas nunca fomos e nem seremos um casal convencional. Quando estamos com fome, não fritamos batata ou pedimos um pizza. Fazemos um macarrão que ainda não demos um nome. Mas que a receita vai o que tiver na geladeira e com o adicional de conhaque. Mas pode apostar, fica uma delícia.
O resto é história que qualquer um que esteja no nosso convívio pode notar, ou até mesmo nas redes sociais, não fazemos grandes declarações em público mas qualquer um nota o quanto nos divertimos juntos e somos um casal feliz a nossa maneira.
Foi para registrar essa nossa "pequena" história que resolvi escrever. Muito inspirado no texto que li no dia de hoje 12/09/2016 do Gregório Duvivier " Desculpe o transtorno, preciso fala da Clarice". Li este texto que parei para pensar em todos os momentos e o quão especial e abençoado nosso relacionamento é. Inevitável não falar de nós. Mas quis enfatizar ela. Às vezes não percebemos as bençãos que Deus nos prorpociona. Ela entrou em minha vida, dando sentindo a muita coisa que eu já não acreditava mais e sem dúvidas nos abençoamos em forma do significado mais singelo êxtase de felicidade que é amor.
A cada dia que passo ao lado dela, me parece que buscar o título de mulher da minha vida, é sua meta. Como um time no campeonato por pontos corridos, onde somente ela joga, único time mas que encanta com sua nítida liderança em seu campeonato que sou eu. Amo aquela 'coisa linda'. E é assim que me refiro a ela desde quando éramos meros ficantes.
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