Plantei um pé de samambaia
que deu de abrir a saia
e enfeitar o jardim...
Quimeras fala ao pé de cedro
que escuta, sério, todo ereto,
e dá um sorriso miudim...
Lá, onde pouco chega o vento,
plantei um pé de tempo
para conhecer a hora do fim...
Cá, onde vivo de tempestades,
semeei, com muito carinho e vontade,
um outro pé de mim...
Limpo de manhã o chão de folhas coberto,
de tarde rego plantas e vasos e o quintal,
de noite espio a lua nuamente sentimental...
Acaso souberes desses quintais e jardins
que tenho, vastos, em meu coração,
teu dou todo o meu mais simples sim
para que apanhes rosas de amor e paixão...
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