Olho a rua deserta e esquinas me espiam,
espero o que nunca vem, desejos que não se saciam,
a música toca ao longe e meus ouvidos correm,
minh'alma vive de sonhos que nunca morrem...
Busco a pedra para minha fortaleza,
o ramo para o meu pomar,
busco respostas para tantas incertezas,
lascas de madeira para o navio do meu mar...
Preciso de um irmão mas só vejo meus inimigos,
preciso me sentir liberto mas só me dão castigos,
preciso de um céu limpo e azul mas põem satélites
acumulando presentes sem sentido nas efemérides...
Olho para o papel e ele está em branco
a querer que escreva algo, esperando
que surja o pólen da tinta da alegria,
letras que juntam para que nasça a poesia...
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