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Ver um cisne na quietude da manhã sem vento,
folhas suspensas agarradas aos galhos,
os olhos do sol espiando por detrás das nuvens,
mulheres na lavoura estendendo varais de uvas,
cantam os insetos a canção da colheita,
a vida pode ser, se quiser, bem feita,
ou pode ser, se desejar, estreita
para caber todos os seus sonhos;
você pode chegar em casa
com o cesto cheio e dizer:
onde ponho?
Você pode ver fumaça saindo das fábricas,
escurecer sua vista com fragmentos de noites durante o dia,
só não pode esquecer as luvas em dias frios,
nem de tomar banho no fim da tarde,
fazer do tempo o seu pequeno escravo,
se recostar e escrever a poesia que anda dentro de sua cabeça,
só assim algo fará sentido, como por livros na prateleira,
lavar as xícaras de chá, organizar as datas comemorativas,
só assim o cisne poderá nadar em paz,
como fazem os peixes nos mares de todos nós,
como fossem nadadores livres em cada mar...
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