Ó vaga magra e molhada,
Tu que vens desta praia enfeitiçada,
Indago nas tuas ondas a minha amada,
Aquela Dulce e dardejante sereia,
Ó vaga magra e molhada,
Que vens como quem nada quer,
tu que mostras sortilégio no meu ver,
expele de ti a minha sereia,
Da pele branca semelhante sua área,
pois que meu amor à anseia,
Ó vaga magra e molhada,
Que vens toda aventurada,
com a sedução em forma de cauda,
onde?
Onde puseste minha sereia?
Aquela a quem chamam filha alheia,
Ó minha sereia,
como a sua beleza é reluzente,
que em minhas veias pinto,
com a nudez de um Picasso,
e com a elegância de um samayonga,
Ó vaga...
Poeta platónico
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