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"Devotos do Santo Dinheiro" rezam e sentem o cheiro
de mais um roubo a banco no interior...
De máscaras ninja estão nos bancos
dos carros os vilões, esperam a polícia se distrair indo no banheiro,
riem e fumam um baseado baseado no que plantam os bolivianos,
todo assaltante que se preza sempre tem um ótimo plano,
melhor que o dos banqueiros que te roubam teu ombro afagando,
a noite chega apressada com seu manto de vampiro sedutor,
a metralhadora canta a "Canção da Morte",
os vigilantes cantam a cantiga "Melhor é Ter Sorte",
a vizinha, aquela enxerida que vive espiando a vida alheia,
espia pela fresta da cortina de plástico,
domingo que vem, no "Fantástico",
pensa ela, verei tudo em tecnicolor,
o tempo gasta muito bem sua areia...
Devotos do Santo Medo se escondem dentro dos guarda-roupas,
o governador espia, na biblioteca, como vai a vida, pelo tablet,
volta ao quarto e se enrola no edredom com desenhos de anjos,
lá fora, toca o "Banjo Sanguinário" o esteticista da falência,
à mercê da sorte tenta descobrir a cura do mal a ciência,
explodem as bananas de dinamite, "maldita artrite",
diz o velho que se levanta para ver os fogos de artifício,
o céu se colore como numa festa de São João,
dinheiro voa pelos ares, sobe na imensidão,
tudo é vida, tudo é poesia, até o maldito concerto
de bombas caseiras, que explodem corações que passam,
de transeuntes desavisados, dentro do peito...
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