Me sinto só como uma pedra abraçada ao musgo,
espio o céu nublado e turvo,
o correr de patas de lagartos escuto,
aquieto-me, mais que isso, mudo...
Espero o tempo passar
mas ele não passa,
vive em mim a me devorar
como uma traça...
Espero o sol sair
mas é dia de nuvens carrancudas,
não tenho para onde ir,
só a me levar a bruta chuva...
Me abraço como um caracol,
ouço meus pensamentos à boca,
me espia um raio de sol:
essa vida é mais que lúcida,
é louca...
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