Será que os generais dos computadores dormem como você,
que quer transformar este mundo e bem trazer
aos que regem a sinfonia do frio
com seus molares macios,
aos que cavam ouro no lixo
como se fossem um outro tipo de bicho?
Será que os acumulam o que não é deles dormem seu sono
ou será que até lá aprisionam pepitas sonhadas,
transitam seus pesadelos por tão especiais estradas,
por onde anjos carregam pedidos, aos montes,
não se importam com a febre na fronte
dos que se remexem no colchão
e tentam segurar, de um Deus,
na mão?
Será que haverá a tão temida devastação apocalíptica,
a batalha final entre o bem que parece que dorme
e o mal que investe suas teorias políticas
nas cabeças quase pensantes,
mentes tão brilhantes
que tecem novas maquinações para a supressão dos sentidos,
que querem criar, dentro de laboratórios, cabeças de vidro,
o fim da percepção sensorial vinda do espaço,
uma raça que já não fala, só move os lábios?
De que serão feitos nossos poetas?
De palavras obesas e cheias de arame,
de moléculas de dormência, elétricas
pela fusão do desdém com o vexame,
de que será feita a nova poesia?
Do fim dos tempos
ou do começo de uma nova viva filosofia?
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