Comprei pão, não tinha faca,
debaixo da unha a lasca
se mete, oferecida,
assim se vive, oh viver,
essa insana vida,
não tinha tatu,
então foi paca...
Mexi no embrulho, sei lá o de dentro,
era só um redemoinho de pensamentos,
um vai-que-vai de ideias pré-concebidas,
assim se vive, oh viver,
essa insana vida,
não havia areia,
bebi o tempo...
Olhei pela fenda na brisa,
vi a flor do silêncio remexida,
o gargalhar das poetisas ensandecidas,
assim se vive, oh viver,
essa insana vida,
na pele se escreve
a augusta e convexa poesia...
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