Se não tem a quem escrever versos,
invento uma pessoa e a faço a mais bonita,
descrevo seus olhos que vagam, dispersos,
em busca de caminhos que ela
existir acredita...
Seus ombros largos e descobertos
se dão a olhares dos muitos
olhos da paixão,
mas sei, por ser eu que escrevo, decerto,
que só eu os vejo com os olhos
do coração...
Seu corpo, firme como uma rocha,
que caminha suavemente com uma brisa,
invade minhas íris e docemente me toca
seu andar de deusa que ao amor
me convida...
Mas, quando acordo deste sonho maravilhoso,
pela janela vejo ruas desertas e frias,
releio os versos escritos, poema fogoso,
volto à minha vida, à minha doce poesia...
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