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JONATA MONROE

Não devia ter visto aquela foto. Não sei ao certo o que me levou a procurar registros seus, gostaria que fosse apenas curiosidade, temo que seja saudades, a única certeza que tenho é que fui fraco. Fraco por não ter domínio sobre seja lá qual seja este sentimento. Fraco porque mais uma vez, resgatei lembranças e agora tenho que conviver novamente com elas. O pior de tudo é que atentei para os detalhes, o ambiente, a cor da sua roupa, o sorriso em seu rosto e a companhia que estava ao seu lado, tenho que admitir que esta é uma bela foto e sem dúvidas formam um belo par. Pergunto-me quantas fotos semelhantes a esta existem por ai, não quero rever esta cena tampouco gostaria de presenciá-la. Fico feliz por não frequentarmos os mesmos lugares e o fato de não termos amigos em comum me deixa aliviado, seria muito mais difícil esquecer se nos encontrássemos ou se ouvisse constantemente seu nome. Honestamente, ainda ouço seu nome, uma vez outra em pensamentos, o que me leva a conclusão de que não a esqueci, gostaria também de não ser esquecido, mas a julgar pelo tempo e por esta imagem não tenho esperanças quanto a isto.
Tenho outras coisas com que me importar agora, preciso focar em projetos e metas, não seria nenhum pouco inteligente dedicar ao passado um espaço em minha rotina, talvez a noite, as recordações possam invadir meus pensamentos mas quando invadirem espero estar cansado o bastante para simplesmente dormir e não ceder-lhes a oportunidade.
Mais difícil que perdoar os outros é perdoar a si mesmo. Nossas falhas assumem proporções imensuráveis e nos acompanham a todo momento, em todos os lugares e estão presentes em todos os nossos pensamentos, é estranho, mas é assim que acontece. Culpa, é isso que sentimos. Para dominar este sentimento, devemos entender que somos seres sujeitos a erros, somos vulneráveis, mas não somos apenas isso, também somos fortes e inteligentes, podemos transformar o medo em coragem, a dor em aprendizado e motivação, possuímos a capacidade de superar e ir além do que outrora duvidávamos, podemos fazer das regras, uma exceção, isso não é rebeldia, é sobrevivência. Quando conseguirmos aplicar estes conceitos em nossas vidas, enfim poderemos dizer:
- Sim, eu me perdoo.



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