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As Manifestações serão o Termômetro do Impeachment
Samuel Lisboa

2013
As manifestações ocorridas em 2013 que mobilizaram mais de cinco milhões de pessoas em todo o País tinham uma característica muito peculiar e nunca antes vista em qualquer parte do planeta. A juventude convocada pelas redes sociais, tinham como uma de suas principais palavras de ordem “ Nenhum partido nos representa”. Além de uma reivindicação bastante pontual que era o protesto contra o aumento das tarifas do transporte público, que por sinal foi rapidamente suspensa pelos prefeitos e governadores aterrorizados pelo poder que tinham vinte centavos, a juventude protestava contra a classe política, mas também com reivindicações setorizadas e individualizadas. Cartazes com protestos dos mais variados disputavam espaço na multidão e deixavam os políticos e a mídia um tanto perdidos em meio a tantas reclamações. Como sintetizar tantas demandas? Porém, nosso congresso nacional já antevendo o que poderia acontecer (quem tem, tem medo) foi protegido pela polícia legislativa além de outras polícias com dez mil homens perfilados nas entradas do parlamento. E como era de se esperar, os políticos que se demonstravam altamente refratários principalmente a necessidade de uma reforma política, apostaram no esvaziamento de um movimento tão extemporâneo.
2013 E A CLASSE MÉDIA HOJE
A falta de uma organização político partidária daqueles movimentos cujos líderes que trocaram os microfones pelas postagens, e a reunião em teatros e estádios pelas telas dos Notes, Pads e Smart Fones, seriam considerados em vão não fossem os reflexos que hoje são sentido nos protestos com vistas ao impeachment da presidente. Agora sim, começamos a perceber aonde eles queriam chegar. Na verdade, quando a presidente começou a ser hostilizada nos estádios da copa mostrava-se então o caminho pelo qual estes movimentos marchariam. Setores da classe média e classe média alta se organizavam a partir do que poderíamos chamar de “ideologia subliminar”. Ao convergirem todo o seu ódio elegendo alguns targets como o ex presidente e a atual presidente da república mostravam em nome de suas classes uma oposição raivosa a um governo popular e inclusivo, bem distante das sua reivindicações.   Os mesmos webgoups que naquela ocasião diziam-se sem partido hoje querem partir o Brasil, utilizando-se de subterfúgios como a ética, o petrólão e a crise econômica. Digo subterfúgios pois no âmago deste movimento há algo muito mais profundo. A crítica a um enriquecimento do ex presidente Lula e sua família, o ódio ao PT e sua bandeira vermelha, a gasolina jogada na fogueira pelo PSDB ainda inconformado com a derrota em 2014, a repulsa de setores religiosos por agendas como o aborto e o casamento gay e o engajamento da mídia, constituíram-se em um pano de fundo dessa verdadeira cruzada anti PT.
É inegável que muitas das reivindicações da classe média não foram sequer avaliadas pelo governo petista. Ações concretas contra a violência que apesar de ser prerrogativa dos governos estaduais, poderia ser mais trabalhada pelo poder central, Indústria de multas, alternativas com relação a lei das domésticas muito pouco discutidas com os patrões, reforma tributária, Controle de preços de tarifas públicas, Correção da tabela do IR, dentre tantas outras.
O PT NO PODER
O PT após décadas de luta conseguiu chegar ao poder em 2002. Lula, já muito diferente daquele que havia no século passado construído o governo paralelo, e viajado através da caravana ao melhor estilo Prestes, nos mais recônditos rincões deste País (com o perdão do rebuscamento) nomeou Henrique Meireles para a pasta da fazenda em uma clara demonstração do acordo feito com a direita. Lula começou a se desgastar claramente ao jogar todas as suas fichas em Dilma Roussef. A crise mundial e particularmente a crise brasileira que de uma marolinha se transformou em um Tzunami começou lentamente a minar as esperanças do PT de se perpetuar no poder. Além disso a prisão de José Dirceu, que diga-se de passagem era O maior líder do PT e não Lula como alguns historiadores mais desavisados insistem em declarar, deixou o partido vulnerável aos ataques mais fulminantes dos adversários e de parcela considerável da população. O desfecho deste período de PT no poder estava mais do que certo com a eleição de Aécio Neves que, assim como seu Avô (guardadas as devidas proporções) .sofreu de um grande mal após as eleições. Apesar desse mal não tê-lo levado a morte física, levou-o a morte política pelo menos no que concerne a presidência da república. Foi o mal do desgosto.
O BRASIL DE HOJE
O momento histórico que ora atravessamos é crucial para o PT e para a democracia. Os organizadores das próximas manifestações estão jogando todas as suas fichas, e mais algumas, na mobilização massiva da população que quer o Impeachment. É hora da verdade. Me arrisco a dizer que, se na Paulista tivermos menos do que um milhão de pessoas ( desconsiderando logicamente as barrigas proeminentes dos pais de família e as crianças pintadas com tinta importada que não provoca alergia), e pelo menos duzentas mil pessoas em Brasília, o governo pode fazer as contas no congresso pois tem boas chances.
Portanto, só nos resta pagar para ver. Diante de tudo isso algumas perguntas se fazem necessárias: Será que as redes sociais tem a mesma força de mobilização que tinham em 2013? Será que fotos de Lula como presidiário e a cabeça de Dilma em uma Anta serão suficientes para tirar as pessoas do aconchego de seu lar em direção aos protestos? Sinceramente não sei. O que eu posso dizer, é que nos dias que se sucederem aos protestos teremos a exata medida dos rumos que o País vai seguir. E que Deus proteja o Brasil.
Samuellisboa02@gmail.com



Biografia:
Escritor,formado em teatro no teatro Célia Helena, estudou no colégio Equipe em 1982. Trabalha como repórter free lance
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