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No começo do século XX a Rússia era um país de economia atrasada e dependente da agricultura, pois 80% de sua economia estava concentrada no campo. O descontentamento crescente do povo que pedia mais empregos e melhores salários se constituíram no estopim para a revolução. Após a concretização desta, as terras e as fábricas foram confiscadas pelo governo de Lenin que as distribuiu entre os trabalhadores. O período pré-nazista na Alemanha também foi extremamente difícil para a população com desemprego, inflação, portanto o descontentamento era bastante significativo. Como era de se esperar, o povo movido pela necessidade de mudanças e pela inexorável necessidade de encontrar alguns bodes expiatórios para sua ira, elegeu um salvador da pátria que a história demonstrou ser um demônio travestido de solucionador de problemas. O Brasil antes do golpe militar de 1964 encontrava-se em uma crise econômica profunda. Os militares já com vistas ao golpe de estado tinham como argumentos principais o “perigo vermelho” ( encontramos novamente o bode expiatório) o combate a hiperinflação e a corrupção.
Considerando que até uma criança de 5 anos sabe que as mudanças drásticas em uma sociedade ocorrem após períodos de extrema crise política ou econômica , e também levando-se em consideração a frase de Karl Marx (salvo engano) de que a história se repete a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa, podemos analisar o período atual brasileiro como legítimo representante da frase de Marx. A grande farsa que está sendo montada no País revela um fenótipo político e dos políticos construído através de propagandas e Fiats Elba, e se demonstram contraproducentes para nosso amadurecimento democrático. As manifestações de rua que ocorreram, diga-se de passagem sem qualquer articulação política, pois alguém se esqueceu de contar à milhões de pessoas que na verdade estavam fazendo política, foram geridas a partir das redes sociais como facebook, twitter etc. e desvendaram a enorme força política dessa redes (que graças a Deus a única ideologia que defendem é a dos números), principalmente entre os jovens. Já a classe média que demonstrou apoio a Lula em 2002 recuou movida por um discurso anti corrupção e que agora nos últimos anos se acirrou fruto da volta da crise econômica e da recessão. Aliado a isso vemos com tristeza o engajamento da grande mídia que já prepara o velório com flores e cerveja.
Porém, precisamos prestar atenção em um fato que poucos analistas estão levando em consideração. O PT existe desde o final da década de 80. A mobilização deste partido junto com os movimentos sociais não é algo que devamos desprezar. Somente como exemplo aquela manifestação das mulheres sem terra na sede da Embrapa com 5 mil mulheres devidamente encapusadas e organizadas, demonstra apenas uma das muitas faces dos movimentos de esquerda e sociais que hoje mais do que nunca, estão prontos para uma eventual necessidade de mobilização em grande escala. São sindicatos, movimentos sociais diversificados além logicamente de militantes que apesar de estarem um tanto descrentes do partido podem ser mobilizados a qualquer momento. E conhecendo o PT acredito que dificilmente estes militantes se recusarão a participar dessa contenda.
Portanto, considerando que pior do que está pode ficar, e antes que um massacre ocorra em terras brasileiras e pelo que me consta, democráticas, aconselho aos políticos que façam um grande acordo para que o País possa tomar os rumos que todos queremos. Acho muito mais fácil a tentativa de aproximação com a presidência da república e os ministérios correlatos para um plano nacional para a saída da crise e a retomada do crescimento econômico. Isto não é difícil se dermos um empurrão no Brasil, nos empresários, nos trabalhadores e na população em geral. Desta forma, iniciaremos um novo momento de confiança e de crença em um País melhor. Quem sabe não estamos chegando finalmente a construção do nosso tão sonhado parlamentarismo?
O fato é que, um impedimento de uma presidente eleita, dentro de um sistema de votação totalmente imune a fraudes, que tem um alto grau de aprovação no Nordeste e no Norte brasileiros e que pelo que me consta não tem envolvimento pessoal em casos como por exemplo de enriquecimento ilícito como outras presidentes ao redor do mundo, pode transformar o país no paraíso das greves onde os cidadãos poderão se lembrar da frase “Eu era feliz e não sabia”. Além disso temos um ministro da Fazenda que goza de aprovação em muitos setores da sociedade e que tem um plano, um projeto para tirar o País da crise. Não consigo vislumbrar na minha modesta opinião um motivo legal e institucional ou constitucional para alijá-la de seu cargo.
Mas mesmo assim caso o impeachment passe, talvez nos lembraremos que após a operação mãos limpas na Itália a população elegeu um Berlusconi, e aqui talvez tenhamos que encarar um Tiririca 2018. Isso é bom para o Brasil?
Portanto Atenção Políticos! Vamos reprovar o processo de impeachment sob pena de vermos um único setor beneficiado com tudo isso a curto prazo, o mercado de Dólar.
Samuellisboa02@gmail.com
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