Ando em subterrâneos, abismos, labirintos,
mas não posso mentir, não minto,
procuro a luz no fim do túnel,
procuro a reparação das veias do coração,
se amei demais foi porque havia o cais
e um barco que podia navegar
em busca da ilha onde o amor estava a morar,
procurei vãos, desvios, noites de frio,
andei por cidades abandonadas
onde todos dormiam de janelas fechadas,
até que cheguei até onde não havia nada,
nem palácio, castelo, mansarda,
apenas eu e minha vontade,
eu, minha própria cidade,
eu, meu próprio fim e começo,
fagulha do universo, meu berço...
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