O placebo é definido geralmente como um medicamento que apesar de ser inerte apresenta os efeitos terapêuticos desejados em função de uma disponibilidade psicológica do paciente. Ou seja, partindo-se deste princípio aquilo em que acreditamos pode ser tanto ou mais poderoso do que a própria realidade dos fatos. Assim disse Aristóteles – Só há um princípio motor, a faculdade de desejar.
Nosso desejo é tão imperioso que nos leva aos mais variados caminhos com matizes e racionalidades das mais variadas formas, mas principalmente à ação. Nossas diversificadas organizações conclamam e congregam indivíduos em torno de objetivos sociais espirituais e políticos em comum, baseados em ideias consagradas por teorias legitimadas nos livros e na experiência histórica do mundo.
Assim, nosso desejo se transformará na mais absoluta alienação pois só haverá um caminho possível, aquele que escolhemos defender e lutar. A religião por exemplo, que foi definda como sendo o ópio do povo, nada mais é do que um dos placebos mais eficiente de nossa história tornando os homens reféns de palavras ditas há milhares de anos atrás, por muitos profetas que compilaram seus pensamentos em um livro sagrado, e que explica de forma pseudo eficiente os caminhos que devemos seguir, sem qualquer tipo de questionamento sob pena de cairmos no abismo da incredulidade.
Assim como no século passado quando ficamos em frente da televisão tentando entortar facas garfos e colheres com o poder do pensamento, assistindo concentrados ao mestre Uri Geller, hoje é unanimidade nacional a descoberta da fosfotoelamina (e diga-se de passagem ai daquele que questioná-la) como remédio altamente eficiente para conter as dores do Câncer. Mas não para por aí, os chás verdes, o ômegas 3, os gincobilobas e os goji berrys da vida e tantas outras substancias muitas vezes com origem bastante duvidosa, constroem um modismo no sub consciente coletivo e após alguns meses ninguém fala mais sobre o assunto pois as pessoas cairão na triste realidade. Só a alopatia constrói apesar dos pesares. Em 1974 quando o câncer era praticamente uma sentença de morte surgiu o carvão mineral processado e naquela ocasião já não se falava em outra coisa. Será o efeito placebo sinônimo de fé?
As igrejas evangélicas tem o mais alto grau de recuperação de alcóolatras viciados em drogas, e portadores das mais variadas doenças. Pessoas que estavam na miséria absoluta hoje são empresários com cinco carros na garagem depois que começaram frequentar os cultos e apesar de não ser religioso garanto que muitos casos são verídicos por mais incrível que possa parecer.
O ser humano tem anacronicamente comprometido o clima do planeta desde que Rosseau decretou o início da propriedade privada pois naquele momento com certeza alguém teria derrubado alguma árvore mais desavisada. Hoje, na conferencia do clima um esforço em vão tenta modificar algo intrínseco ao ser humano. Autoridades altamente imbuídas de boas intenções decretam a diminuição das emissões de gazes do efeito estufa enquanto siderúrgicas da China e desmatadores no Brasil tentam cumprir suas metas de “produtividade”. Por mais descrente e condenável que possa parecer este pensamento acho que no fundo no fundo todos sabem que terão abandonado o barco antes da tragédia total.
Filmes de cinema consagrados como, Divergente, Maze Runner, Jogos Vorazes, O doador de memórias. Interestelar, e tantos outros que mostram um futuro nada agradável, parecem ser roteirizados por verdadeiros visionários bem a frente de nosso tempo. Portanto, esta conferencia do clima mais parece algo para Inglês ver literalmente.
Considerando a definição do início deste texto com relação ao que é o Placebo podemos afirmar que a atitude dos políticos da base do governo, que de forma muitas vezes dissimulada tentam fazer uma pseudo defesa de sua base eleitoral, mas que infelizmente revelam a falta de alinhamento principalmente com nosso ministro da fazenda, confirmam a velha máxima do placebo nacional – O Político tem que parecer mas não necessariamente ser.
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