Já nem sei mais com o que pareço,
se com a missa inteira ou só com o terço,
se tenho parentesco com a filosofia,
se com o ocultismo vivo meu dias,
se mudei ao longo ou foi de berço
que vim repleto desta minha poesia...
Sei, sim, que sou parente do movimento,
que me movo por fora e por dentro,
nunca cessa meu mar de avançar à praia,
sou como o vento arisco a levantar saias...
Mal acordo e me espanta a vida ao redor,
surgem pensamentos primitivos em profusão,
sou cartilha de genes, nem melhor, nem pior,
bate em meu peito o juízo,
no cérebro o coração...
Já nem sei e nem saber mais me interessa,
vivo a compreender e a me perder
na compreensão;
do alto castelo de Deus desci
e vi a vida bem de perto,
aqui no chão...
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