Deixe me ver o céu, por favor, me deixe ver
Eu escuto a chuva que cai
Sinto o cheiro de terra molhada
Mais não me lembro mais
Talvez todo o mundo tenha sido devorado
E só exista mais um dia após a noite dolorosa que corrói a minha alma
Eu preciso de esperança
Mesmo que seja olhar por um minúsculo buraco
Em minhas paredes as que como soldados impiedosos me cercam
Eu estou só e não consigo parar de chorar
Talvez você tenha me ouvido gritar
E é a mais pura verdade eu gritei e gritei até não ter mais voz
Desistir talvez esta seja a minha única verdade
Um circulo vicioso de meias esperanças e momentos de intensa insanidade
São os dias que não clareiam aqui dentro deste meu tumulo
Eu sei que você esta ai fora e caminha passivamente a minha volta
Como um lobo cercando sua presa
Eu me pergunto e nunca obtenho resposta
Bato e o que recebo entronca é apenas silêncio
Meu tumulo meu mundo se confundem
E tudo o que quero é olhar para fora
Ver o que resta deste mundo lamentável
Preciso de esperança e sem perceber eu me tornei a presa
Fiz dos meus dias de gloria um tortuoso pesadelo
Eu fui e talvez volte a ser o mesmo homem de antes
Mais neste momento eu mal consigo me olhar no espelho
Tenho medo da verdade que ele possa revelar
Na verdade todos nos somos assim
Temos medo do que nos podemos tornar
As vezes é preciso aceitar o monstro que somos
E no pior dos confrontos de realidade
Entre medico e louco vir a tona a necessidade de sacrificar
Eu quero ser livre andar sem olhar para traz
Sem medo de ser pego pelo passado
Eu quero ver o céu, o azul do céu e não mais ser réu da minha própria consciência
Se você deixar me sair
Prometo ir sem olhar para traz levando todo o meu rancor eu nunca mais voltar
E esquecer piamente de que um dia eu já te amei

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