Quando o bebê chega ao mundo, até que a recepção a ele, na maioria dos casos, é fantástica! Quando experimenta crescer e fazer gracinhas, consideradas pelos outros como impróprias para sua faixa etária, aí começam as críticas. O crescimento começa a doer muito cedo... Se for espertinho, logo, logo, o bebê vira moleque. Quando vai para a escola maternal, começa a ser chamado de aluno e como tal, o “avaliam” o tempo todo. Lá tem coleguinhas... e os coleguinhas disputam entre si quem é o seu melhor amigo. Quantos amigos!
O tempo passa e o jovem se enche de amigos. À medida que transcorrem as mutações da vida, amigos se afastam, porque se transferem para outros lugares. Uns se desinteressam pela relação, porque, “quem diria: o tal, antes tão simples, agora só tira um notão”. Muitos somem, devido à mudança de classe social. “Nem parece aquele que conheci”... A solidão pelo crescimento é sorrateira, não é de uma hora para a outra.
Até ser chamado de adulto, o ser humano já amargou, a duras penas, o processo de ser alguém, de alcançar êxito em algum projeto e, se for bonito, coitado, sabe o que é ser discriminado pelo isolamento do fechadíssimo “clube dos belos sofredores”. O “feíssimo” também sabe o preço. Não é barato crescer, ser diferente, marcar presença, brilhar. Certa vez, uma jovem exclamou: “Como as pessoas são solidárias, como elas socorrem aos que precisam... tenho uma vizinha com uma perna só que é super protegida pelos seus amigos”. Então a pessoa que estava ao seu lado disse em tom de desabafo: - Experimenta ter duas pernas”.
Existe um pensamento muito bonito que diz:
“Se você trata uma pessoa como você imagina que ela é, ela se torna pior do que é. Se você trata uma pessoa como você gostaria que ela fosse, ela se torna melhor do que é”.
O ser humano julga e é julgado o tempo todo. A inveja, sobretudo, interfere profundamente na avaliação. Na ânsia de representar-se melhor, todos os recursos são amplamente usados. Uns até convencem, outros revelam as contradições e as artimanhas do humano.
Conta a tradição grega que o filosofo Aristipo, querendo demonstrar sua sabedoria e modéstia, vestiu-se com uma velha túnica cheia de remendos e furos. Empunhou o báculo da filosofia e foi-se pelas ruas de Atenas. Quando Sócrates o viu chegar em sua casa, exclamou:
- Ó, Aristipo! Vê-se a tua vaidade através dos furos de tua roupa!
Você conhece alguém que finge estar cochilando, só para tentar desestruturar o outro, quando ouve uma conferência que imagina não ser capaz de fazer igual? O invejoso não tem autoconsciência, automotivação, auto-estima, mobilizados. Ele não sabe que pode muito mais e subestima seu potencial. E aquele que finge ignorar a ascensão do outro? Ao apresentar a pessoa nunca a designa com seu título maior, sempre a menospreza e tenta diminuir-lhe o status.
Inveja é uma doença, uma disfunção cerebral e não tem cura, mas um tratamento pode reduzir a ação do mais perigoso vírus destruidor do cérebro humano.
Conta a lenda que a inveja e a ganância iam andando de mãos dadas, de repente, chutaram uma lâmpada maravilhosa e de lá pulou um gênio. Muito feliz, ele disse:
- Podem pedir tudo o que sonharem que lhes darei. Antes, respondam: quem nasceu primeiro a inveja ou a ganância?
A inveja convenceu que ela nasceu primeiro!
-Tudo bem, disse o gênio, pense bem, inveja, o que você pedir, darei em dobro para a ganância.
A inveja pensou, pensou e pediu: Fure um olho meu!
Aos dois anos, a criança já sofre com inveja do outro. Se não tiver a mãe, uma professora, alguém enfim que possa orientá-la, ensinar mesmo como controlar esse vírus que pode atacar as emoções, a carga torna-se pesadíssima, um grande transtorno, porque quem mais sofre é o invejoso. A Bíblia diz: ”A inveja é a podridão dos ossos”. (Pv 14:30).
Era uma vez uma linda árvore que pensava. E pensava muito. Um dia, funcionários da prefeitura a encontraram num lugar inexpressivo, carregada de flores, e logo a transportaram para o jardim mais importante da cidade. Colocaram-na no meio da praça! Entusiasmada, ela agigantou-se, cresceu mais e produziu mais flores.
Certa vez, fiscais da prefeitura passaram por lá e viram seus belos galhos por cima dos fios de eletricidade, então mandaram podá-la. A árvore ficou triste e pensou: “Não cresço mais deste lado.” Depois de algum tempo, passou de novo a fiscalização e achou que a árvore crescera de modo desproporcional: mandou podá-la do outro lado. Muito triste, a árvore pensou: “Não cresço mais deste lado também”. E começou a crescer só para cima.
Não demorou muito e a fiscalização olhou para aquela árvore comprida... sem graça, e tomou providências: mandaram podá-la novamente. Revoltada, a árvore resolveu parar de crescer para qualquer lado.
O tempo passava e a árvore não quis mais crescer para lado nenhum. Então os ficais resolveram cortá-la, definitivamente, e plantar outra em seu lugar.
Moral da história: As pessoas vão lhe cortar sempre, principalmente, se a sua árvore da vida produzir flores e frutos; mas nunca desista de crescer...
“O desejo cumprido é árvore de vida”. (Pv 13:12).
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