Quando teus olhos se encherem de enchentes,
por amarem quem te ama perto ou distante,
neste dia terás sabido do que se esconde
entre o dia que passa e a noite que chega,
por amares possibilidades e não vagas ondas,
pressupostos desígnios que não te dizem
dos teus passos, de tua oferta,
amar o impossível, mesmo quando o ar
te falta e soluças de tanto sentir...
quando ouvirem teu coração
cantando sob a chuva que cai,
te abraçar a brisa depois da tempestade,
saberão que fizestes um universo
à moda dos amantes,
saberão que tens os dias contados
e estrelas a te esperarem no céu imenso,
mas que não vagas pelas cidades de ouro e feno,
saberão que és a possibilidade viva,
aquele que responde como eco
ao amor que passa por dentro
dos vãos e frestas entre placentas
e paredes de berços entre galáxias...
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