Eu passo,
relativamente calmo,
em meio a vastidão do mundo:
sonho.
Sorrio,
enquanto vago pelas ruas,
e me debruço preguiçoso
em toda e qualquer janela:
tempo.
Movimento gracioso,
as asas que tu me destes,
quando me fizestes despertar
em versos a ternura escondida:
olhar.
Pra ti compreender,
minhas palavras fazem da criação um lar.
Circunspecto de saberes,
me dou menino:
vento.
Meus sons se espalham,
anunciando eternidades:
neles, adormeço amores
enquanto desperto nuvens e
azuis.
Hoje,
sou mais que palavras:
Recolho a brisa num coração que resta
e vou traduzindo em versos aquilo que
de mim ainda tem
pressa.
E enquanto por toda a terra,
se deleitam as musas em atormentar
e corroer o sonhos dos velhos poetas
eu roubo do vento o nome do novo dia:
poesia.
...pequeno momento secreto,
secreto de coisa nenhuma...
Rio de Janeiro 2010
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