Vi uma pessoa passando
com seus sonhos e quandos
andando andante
cavaleiro ambulante
mascate de quilates...

Vi
em seus olhos de mares furiosos
o quanto é necessário
dar-lhe mistérios gozosos
sem ferir-lhe as retinas
que a vida ensina
a proteger...

Olhei a rua deserta
placas incertas
rumos desolados
cactus naufragados...

Vi uma pessoa passando a limpo
seu mundo povoado por ímpios

abracei-a sem por-lhe os braços
beijei-a sem deixar traços
da ruína de Judas

foi-se
pela rua
de ninguéns
à procura de alguém...

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