Quebro esta manhã como a um ovo,
que nasça o dia da liberdade liberta,
que olhem os olhos a nação, o povo,
não apenas pedaços de ti por uma fresta...
Parto este poema em pedaços tantos
que uns servirão a risos, outros a prantos,
mas que sirva a todos que dele se fartarem,
em qualquer lugar, em todos os lugares...
Que o plantem e refaçam florestas feridas,
com ele consertem corações abandonados,
tracem dos rios seus caminhos rumo à vida
dos mares que estão esperando, preocupados...
Erga-o aquele que crê na luz do sol,
que faz de seu sonho uma promessa cumprida,
estenda-o aos pés da noite em doce arrebol
como estrelas arando o céu em lúcida lida...
Por fim, deite-o à sua cabeceira,
leve-o contigo em teu sonhares,
será assim pela vida inteira
depois que de tudo acordares...
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